Brasil

Porto de Santos deve demorar 10 dias para retomar atividades após greve; prejuízo supera R$ 370 milhões

Por conta da greve, cerca de 70 navios estão fundeados na barra de Santos esperando para descarregar quando, o normal, são pouco mais de 30.

NULL
NULL

Movimentação de contêineres no Porto de Santos (Foto: Divulgação/Codesp)

Após o início da retomada das operações do modal rodoviário que representa 70% das operações do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, a expectativa da entidade que representa as agências de navegação é que a logística no cais volte ao normal em apenas 10 dias. A greve nacional dos caminhoneiros deixou o fluxo de caminhões completamente parado no Porto por 10 dias e a estimativa é que o prejuízo seja de mais de R$ 370 milhões.

No início da manhã de quinta-feira (31), 1.500 militares da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, com apoio da Polícia Militar do Estado de São Paulo e da Polícia Rodoviária Federal, chegaram ao local com veículos blindados para fazer a garantir da entrada e saída dos caminhões, que ainda estavam dentro dos terminais. Já de noite, a categoria decidiu encerrar a greve, após assembleia realizada no local.

"Levará cerca de 10 dias para que o fluxo no Porto de Santos volte à sua normalidade. Nesse primeiro momento, caminhões têm que retirar os contêineres vazios e levar para as plantas, abastecendo e trazendo de volta", explicou o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima (Sindamar), José Roque.

Segundo Roque, outro agravante que promete continuar prejudicando as operações no Porto de Santos é a greve dos analistas da Receita Federal, que pararam no dia 21 de maio e devem voltar ao trabalho somente em 4 de junho. A greve provoca atrasos na carga de importação que gera falta de espaço para a carga de exportação.

Outra preocupação é com a quantidade de navios atracados no cais santista esperando carga para seguirem viagem. Segundo informações da Autoridade Portuária, nos últimos dias, entre 60 e 70 navios estavam fundeados na barra, quando o normal é cerca de 30 navios. O núcleo de emergências ambientais do Ibama em São Paulo monitora a barra de Santos, onde os navios aguardam para entrar no porto, desde o início da greve dos caminhoneiros.

"O acúmulo de embarcações na região dos fundeadouros fez com que a gente passasse a fiscalizar eventual descarte irregular a partir desses navios. Nas vistorias diárias que estamos realizando, não registramos incidentes. Queremos coibir qualquer tipo de prática ilegal e danosa ao meio ambiente", disse a agente ambiental federal, Ana Angélica Albarce.

Quanto a isso, o diretor-executivo do Sindamar diz não se preocupar. "Acredito em uma tripulação consciente na questão ambiental e armadores muito zelosos quanto a isso. Não vejo risco nenhum. Eles estão lá pois não têm carga para carregar, enquanto não sair, outros não entram", conta.

Caminhoneiros decidiram encerrar a greve no Porto de Santos, SP (Foto: Rodrigo Nardelli/G1)

G1 // AO