A tradicional Caminhada da Liberdade, que celebra o Dia da Consciência Negra, não será realizada este ano. A informação foi confirmada nesta segunda-feira, 19, pelo coordenador do Fórum de Entidades Negras da Bahia, Jorge Antônio.
Um dos integrantes da entidade, o presidente do bloco afro Ilê Aiyê, Antônio Carlos Vovô dos Santos, lamentou e explicou que, apesar da importância e beleza da mobilização, a falta de apoio financeiro dificulta a realização de mais uma edição do evento na tarde desta terça, 20.
Esta seria a 18ª edição da marcha da Consciência Negra, que tem saída na Senzala do Barro Preto, sede do Ilê Aiyê localizada no bairro da Liberdade, e tem como destino final o Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador.
Luta e resistência
Ao longo de todo o percurso, a Caminhada da Liberdade reúne milhares de pessoas que seguem embaladas pela música e percussão dos tambores de blocos afros tradicionais, como Ilê Aiyê, Muzenza, Malê Debalê e Os Negões.
Durante as suas edições, o evento homenageou importantes personalidades do movimento negro e traz à tona questões sobre a importância de valorizar a história de luta e resistência do povo negro.
Conen
Já a Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen) mantém a 39ª Marcha da Consciência Negra com concentração, às 14h, no Campo Grande, e encerramento na Praça Municipal de Salvador.
A entidade homenageará lideranças como Osvaldo Orlando da Costa (1938-1974), líder revolucionário da guerrilha do Araguaia; Marielle Franco, feminista, ativista dos Direitos Humanos e vereadora do Rio de Janeiro assassinada este ano; mestre Moa do Katendê, capoeirista; e o jovem Charlione Lessa Albuquerque, ambos assassinados durante as eleições.
A Tarde/// Figueiredo