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Policial que matou empresário em Campo Grande volta a ser preso

Justiça decretou prisão preventiva a pedido do Ministério Público Estadual.

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 src=O policial rodoviário federal Ricardo Su Moon, que confessou ter matado o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, no fim da madrugada do dia 31 de dezembro de 2016, em Campo Grande, foi preso em casa no início da manhã desta quinta-feira (5). 

A Justiça determinou a prisão a pedido do Ministério Público Estadual (MPE). A decisão é do juiz José de Andrade Neto, o mesmo que havia mandado soltar o suspeito. Ele afirma que há elementos novos no caso. O policial alega legítima defesa.

Na decisão, o magistrado diz que a preventiva é para que a o policial não atrapalhe as investigações, o que, segundo o MPE, teria acontecido durante o flagrante.

Segundo a decisão, "… faço como medida de conveniência da instrução criminal, em especial para evitar que, solto, o representado possa influenciar na apuração dos fatos, como aparentemente vem ocorrendo desde a sua prisão, de acordo com os elementos objetivos ora trazidos ao conhecimento do juízo".

Flagrante
O policial foi preso em flagrante no dia 31e solto na noite do dia 1º, com obrigação de cumprir medidas cautelares. O juiz que mandou soltá-lo fala que não decretou a preventiva naquela data porque entendeu que Ricardo Moon não oferecia risco à ordem pública, tem endereço e trabalho fixo.

No entanto, após análise do contexto do flagrante, relatórios periciais e de reportagens, o MPE verificou indícios de situações que poderiam influenciar na investigação sobre o caso.

Na decisão, o juiz diz: "… representação feita pelo Ministério Público e com a apresentação de novas provas e elementos objetivos, este juízo verificou a necessidade de ser decretada a prisão preventiva do indiciado Ricardo, para garantir que não haja qualquer tipo de contaminação ou influência na apuração dos fatos, para garantir a integridade da instrução criminal".

Entre os indícios de favorecimento a Ricardo Moon, José Andrade Neto cita informações sobre a roupa que o policial vestia, o fato dele ter comparecido à delegacia de Polícia Civil e não conduzido pela Polícia Militar e ainda o tempo que durou a lavratura do flagrante. Para o magistrado, as seis horas que ficaram na unidade policial não são suficientes para cumprir a burocracia.

Pedido
Além de pedir a prisão do policial, o MPE quer que seja feita perícia o mais rápido possível no suposto buraco que a vítima teria desviado e assim fechado o veículo do policial, em vídeos que circulam na internet, que sejam ouvidos jornalistas que estiveram no local, pessoas que testemunharam a cena, moradores e ainda que seja feita uma varredura em casas e comércios a procura de imagens de câmeras de segurança. O MPE quer ainda perícia nos telefones do policial e do empresário.

Crime
As imagens do carro do empresário podem ajudar a entender a dinâmica do crime. Segundo a perícia, todos os sete tiros atingiram a camionete. Três acertaram o para-brisa, em direção ao empresário e os outros quatro, as laterais. Ele bateu a caminhonete em um poste e pessoas que estavam no veículo ficaram feridas.

Versão
O agente rodoviário e os dois amigos do empresário que sobreviveram já prestaram depoimento. Na versão das vítimas, quando entraram na avenida Ernesto Geisel, no Centro, o empresário invadiu a faixa por onde passava o policial. Logo depois, parou no sinal vermelho.

O policial atravessou o carro na frente, para impedir a passagem e começou a discussão. As testemunhas disseram, ainda, que o empresário tentou acelerar para sair com o carro. Nessa hora, o policial começou a atirar.

Reprodução: G1