Brasil

Policiais civis do RN se reúnem com delegada-geral para resolver impasse

Cerca de 300 policiais civis do Rio Grande do Norte se concentram diante da sede da Polícia Civil

NULL
NULL

Resultado de imagem para Policiais civis do RN se reúnem com delegada-geral para resolver impasse

Representantes dos agentes, escrivães e delegados e a delegada-geral da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, Adriana Shirley, se reúnem nesta manhã para tentar superar um impasse devido à mobilização iniciada em 19 de dezembro, em protesto contra o atraso no pagamento de salários e o que classificam como “más condições de trabalho”. Cerca de 300 policiais civis do Rio Grande do Norte se concentram diante da sede da Polícia Civil, em Natal, à espera do resultado da conversa.

Ontem (2), os policiais civis decidiram, em assembleia, continuar trabalhando em regime de plantão até nova avaliação pelo menos a reunião com a delegada-geral, mesmo sob risco de serem presos, acusados de insubordinação ou desobediência, conforme decisão do desembargador Claudio Santos, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN)

No último domingo (31), o magistrado determinou que bombeiros, policiais militares e civis de todo o estado retornassem ao trabalho sob pena de multa diária de R$ 100 mil a ser aplicada às entidades representativas das categorias. O desembargador também determinou a prisão em flagrante dos agentes da segurança pública que, a partir da publicação da sua decisão, “promoverem, incentivarem, estimularem ou colaborarem, por qualquer meio de comunicação, para a continuação da greve no sistema de segurança pública do Rio Grande do Norte, pelo cometimento de crimes de insubordinação, motim (PM) ou desobediência”.

O Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública (Sinpol-RN) afirma que ainda não foi oficialmente notificado da decisão judicial. Segundo o presidente da entidade, Nilton César Arruda Ferreira, chegou-se a um impasse de difícil solução, já que o governo estadual alega não ter condições de saldar os salários atrasados dos servidores públicos e, com isso, a categoria sente-se impedida de retornar à normalidade.

“A categoria está impossibilitada de cumprir uma determinação judicial, que determina que sejamos presos se não retornarmos ao trabalho. A questão é que não temos como voltar com a maioria sem receber os salários de novembro e dezembro e o 13º salário. Não temos como honrar nossos compromissos ou como saldar nossas dívidas. Muitos não têm nem mesmo condições de se deslocar até o local de trabalho, que dirá tranquilidade para atuar tendo deixado a família em casa, sem dinheiro algum”, declarou Ferreira à Agência Brasil.

De acordo com o sindicalista, nem mesmo a determinação do desembargador Claudio Santos para que empresas de transporte público municipal e intermunicipal da região metropolitana de Natal e de Mossoró concedam passagem gratuita a policiais civis e militares, fardados ou não, foi efetivada. “Até o momento, não recebemos nenhuma orientação neste sentido e não sabemos como isso funcionaria na prática”, disse Ferreira, revelando que sua expectativa quanto ao resultado da conversa com a delegada-geral é “pessimista”, já que a decisão judicial manda que ela decrete a prisão dos profissionais que não retornarem ao trabalho.

A mobilização dos policiais civis, que negam estar em greve, interrompeu o atendimento ao público nos 15 distritos policiais da Grande Natal, onde apenas parte dos serviços está sendo cumprida nas duas unidades de plantão das zonas sul e norte. Todas as delegacias do interior também estão funcionando em regime de plantão, segundo a assessoria da própria Polícia Civil.

Reforço na segurança

Em função do impasse com as forças policiais, o governo do Rio Grande do Norte transferiu o controle dos órgãos de segurança pública estaduais para o Exército no último sábado (30). Na véspera, o governo federal havia autorizado o envio de até 2,8 mil homens das Forças Armadas para garantir a lei e a ordem em Natal e em Mossoró, a segunda cidade mais populosa do estado.

Além dos militares das Forças Armadas, 220 agentes da Força Nacional também atuam na segurança pública do estado: 120 já vinham apoiando os órgãos policiais potiguares desde o ano passado. No último dia 21, o governo federal autorizou o envio de mais 70 agentes para patrulhar as ruas da capital. E no dia 28, mais 30 agentes da Força Nacional foram autorizados a reforçar a ação da tropa especial para suprir a ausência dos policiais potiguares.

Esta tarde, o governador Robinson Faria se reúne com os chefes da Assembleia Legislativa; do Tribunal de Justiça estadual; do Ministério Público do estado e federal e do Tribunal de Contas. Convocada pelo próprio governador, que busca o apoio dos poderes Legislativo e Judiciário, a conversa deve girar em torno da situação das contas do estado e das possíveis saídas para a atual crise nos serviços públicos.

Agencia Brasil // AO