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Polícia prende suspeito de torturar adolescente no Recife; agressores filmaram a ação

Vídeo com agressão à jovem de 17 anos foi divulgado nas redes sociais. Vítima prestou depoimento à polícia e foi encaminhada a centro de proteção

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 src=Foi preso na noite de quarta-feira (22) um dos suspeitos de torturar uma adolescente de 17 anos no bairro de Santo Amaro, no centro do Recife, e divulgar o vídeo com a agressão nas redes sociais. O caso ocorreu na segunda-feira (20) e, na quarta-feira, a jovem recebeu alta do Hospital da Restauração, na área central da capital, e foi encaminhada a um centro de apoio do Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. A polícia está nas ruas buscando os outros homens.

O agressor, de 22 anos, foi preso por volta das 21h de quarta-feira, no bairro de Sítio Novo, em Olinda, na casa onde mora. Um dos envolvidos nas investigações, o delegado Erivaldo Guerra afirma que o homem é o que aparece cortando o cabelo da adolescente no vídeo divulgado na internet. Segundo o delegado Joel Venâncio, que participou das diligências, o agressor confessa o crime.

Segundo o delegado Diego Acioli, responsável pela investigação do caso, foi confirmada como motivo da agressão a rivalidade de gangues no bairro de Santo Amaro, no centro da capital. Ainda de acordo com Acioli, a vítima prestou depoimento nesta quarta-feira.

Ao G1, a polícia explicou que já tem alguns suspeitos e que a jovem, após receber alta do hospital, foi encaminhada diretamente a um centro de acolhimento, cujo local nem a polícia sabe, só o próprio programa de proteção. A adolescente foi gravemente ferida e humilhada porque morava na comunidade do Campo do Onze e se mudou para a comunidade Ilha do Joaneiro.

Segundo o hospital, a jovem estava em observação por apresentar muitos hematomas pelo corpo. O caso foi registrado como tentativa de homicídio, mas, segundo o delegado, como os agressores a liberaram, o fato será tratado como tortura e lesão corporal grave. De acordo com Acioli, a conduta dos acusados será individualizada porque a polícia quer prender quem gravou e divulgou o vídeo.

O Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania, oferece assistência psicossoial e promove os direitos humanos de vítimas e testemunhas de crimes de alta complexidade.

Nas imagens, divulgadas nas redes sociais e que chegou no WhatsApp da TV Globo, é possível ver dois homens mascarados e dois sem máscara. O vídeo, que tem imagens fortes, inicia com ela sentada em cima de uma poça, que parece sangue, no chão. Nesse momento, dois homens pedem que ela estenda as mãos para esmagá-las com pedaços de madeira.

Em seguida, um dos suspeitos, sem máscara, tira a blusa e o short da jovem. Um dos homens chega a perguntar para quem está filmando: “filmou o rosto dele não, né, comparsa? ”. O que está filmando nega. “Pegou um pouquinho de lado só”, responde.

Por fim, mandam a vítima levantar e correr. Cambaleando e nua, ela corre um pouco desnorteada e gritando de dor. Eles a seguem desferindo golpes com pedaços de madeira. Em certo momento, um deles a chuta. Ela cai e outro a golpeia no rosto. “Ai? Não diz ai”, fala para vítima. O mesmo que a chutou levanta a jovem pelos cabelos. O vídeo termina com ela correndo em uma avenida, entre os carros.

Quem tiver informações que podem auxiliar na investigação do caso pode entrar em contato com o Disque-Denúncia pelo telefone (81) 3421-9595. Não é preciso se identificar na ligação.

Reprodução: G1