A Polícia Civil de Pernambuco prendeu na terça-feira (8), no Recife, o homem conhecido como o maior homicida do estado. Aos 23 anos, o suspeito é apontado como líder de um grupo e responsável por oito assassinatos e duas tentativas de homicídio registrados este ano. Desse total, sete mortes ocorreram em cinco meses de 2017, na Zona Norte da cidade.
O caso foi apresentado, na manhã desta quarta-feira (9), durante entrevista coletiva no Recife. De acordo com a polícia, os assassinatos têm relação com a disputa territorial entre traficantes de drogas e acertos de contas.
O homem atuava, de acordo com a polícia, no bairro da Guabiraba, que lidera o ranking de áreas com maior número de Crimes Violentos Letains Intencionais (CVLis) na cidade. “Ele confessou a participação em dois assassinatos e em uma tentativa de homicídio. Alegou que um dos crimes atribuídos a ele foi praticado com uma arma que já tina sido repassada”, observou o delegado Alfredo Jorge.
A captura foi efetuada por policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O rapaz está no Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel), no Grande Recife.
O suspeito tinha um mandado de prisão preventiva por um dos asssasinatos. Pesavam contra ele outro mandado de prisão provisória por um duplo homicídio, além de um mandado de sentença condenatória por tráfico de drogas.
Segundo a polícia, o último crime cometido pelo suspeito, uma tentativa de homicídio, ocorreu no dia 26 de julho, na Guabiraba. Ele participou de assasinatos em três dias seguidos, em junho.
O suspeito já havia sido preso por tráfico de drogas em 2012 e acabou solto dias depois. No mesmo ano, voltou a ser detido e deixou o sistema prisional em 2015. A Justiça o condenou a mais de oito anos de reclusão.
Com ele, os policiais capturaram mais dois suspeitos. A dupla tem relação com duas mortes também atribuídas ao líder do grupo. Todos os casos foram na Zona Norte. As prisões ocorreram meses depois de captura de integrantes de um grupo rival.
Violência
De acordo com o delegado Alfredo Jorge, os crimes atribuídos ao suspeito foram praticados com vários tipos de armas. ”Ele usava espingarda calibre 12, revólver ou faca. Em um duplo assassinato, por exemplo, ele usou revólver e faca”, afirmou.
O delegado observou que os casos têm relação com disputa territorial ou são decorrentes do tráfico de drogas. “Uma mulher tinha uma dívida de drogas com ele. Para pagar, deu uma casa. Mas, ao mesmo tempo, vendeu o imóvel para outra pessoa. Ele foi lá e matou os envolvidos”, explicou.
Ranking
O gestor do DHPP, Ivaldo Pereira, ressaltou, durante a coletiva, que a ação policial que resultou nas prisões foi baseada em um levantamento sobre assassinatos feito pela corporação. O bairro da Guabiraba, onde o grupo atuava, por exemplo, registrou, nos últimos 30 dias, seis mortes. Em seguida, com quatro, aparecem Piedade e Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, além de Várzea e Cohab, no Recife.
Segundo Pereira, o número de crimes desse tipo vem caindo nos últimos meses. Em março, segundo a polícia, a capital pernambucana teve 96 assassinatos. No mês seguite, foram 72. “Em maio, tivemos 58, em junho, 56 e em julho, 52”, observou.
Estatísticas
De acordo com Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), o primeiro semestre de 2017, Pernambuco contabilizou 2.876 homicídios, número 39,3% maior do que os 2.063 assassinatos registrados no mesmo período do ano anterior.
Os dados foram divulgados no dia 14 de julho. Eles mostram que o mês de junho deste ano teve 380 homicídios no estado, quantitativo que a pasta destaca como menor em comparação aos outros meses do ano. No entanto, esse número é 14,4% maior em comparação a junho de 2016, quando foram registrados 332 assassinatos no território pernambucano.
Em junho deste ano, Pernambuco registrou 380 homicídios. De acordo com os Indicadores Criminais da Secretaria de Defesa Social (SDS), boa parte da motivação se deu pelo tráfico de drogas. Foram 105 mortes, 27,6%, relacionadas a esse tipo de crime.
No primeiro semestre de 2017, Pernambuco contabilizou 2.875 homicídios, número 39,3% maior do que os 2.063 assassinatos registrados no mesmo período do ano anterior. Listado como o segundo maior responsável pelo índice de homicídios no mês de junho, o acerto de contas contabilizou 88 mortes. Ele só fica a frente dos 65 óbitos oriundos de conflitos.
Reprodução/G1