Brasil

Polícia Federal pede novo inquérito contra Temer sobre R$ 1 milhão da Engevix

Ex-executivo afirma que valores teriam sido solicitados pelo coronel Lima e pelo ministro Moreira Franco, com suposta anuência do presidente

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

Na conclusão do inquérito dos Portos, nessa terça-feira (16/10), o delegado da Polícia Federal Cleyber Malta solicitou a abertura de um novo inquérito para a apurar as revelações feitas pelo ex-executivo da Engevix José Antunes Sobrinho em acordo de colaboração premiada.

Sobrinho citou o suposto pagamento de propina da Engevix para políticos do MDB, com a anuência do presidente Michel Temer, relacionado ao contrato para obra da usina de Angra 3, assinado com a Eletronuclear.

O acordo do ex-executivo foi homologado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PF, Sobrinho fala em seu acordo sobre “pagamentos indevidos que somam 1,1 milhão de reais, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho e pelo ministro Moreira Franco, com anuência do excelentíssimo senhor presidente da República Michel Temer, no contexto do contrato da AF Consult Brasil com a Eletronuclear”, colocou.

Os valores, segundo o delator, teriam sido depositados em conta corrente em nome da empresa PDA Projeto, de propriedade do coronel Lima, amigo de Temer, e de sua esposa, Maria Rita Fratezi, por meio de um contrato simulado com a Alumi Publicidade.

A solicitação de abertura do novo inquérito está entre os pedidos complementares elencados pelo delegado Cleyber Malta. Ele também solicitou a abertura de uma nova investigação sobre a contratação do consórcio Argeplan/Concremat pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Para o investigador, o material coletado no inquérito dos Portos aponta “indícios de não execução de alguns serviços e superfaturamento de outros, em contrato avaliado em cerca de 100 milhões de reais”, destacou..

Outro requerimento feito por Malta é a abertura de inquérito policial para apurar os fatos relatados pelo advogado Flávio Calazans. Em seu acordo de colaboração, o advogado diz ter recebido, por meio de contrato fraudulento, R$ 375 mil da Pérola S.A, empresa que tem a Rodrimar como sócia minoritária.

Os valores repassados pela Pérola teriam como destino as contas de uma empresa de fachada utilizada para escoar propina a integrantes do MDB.

Defesa
Procurada pela reportagem, a defesa do presidente informou que só vai se manifestar após concluir a leitura do relatório. O Estado procurou o advogado Antônio Pitombo, responsável pela defesa de Moreira Franco, mas ainda não obteve uma resposta.

 

Estadão/// Figueiredo