A Polícia Militar apreendeu 20 estudantes em uma escola de Campinas, no interior de São Paulo, que estava ocupada contra a reforma do ensino anunciada pelo governo federal. No total, 14 adolescentes e 6 jovens que estavam no local desde terça-feira, 11, foram levados em um ônibus da PM para a 2ª Delegacia Seccional na manhã desta quinta-feira, 13.
Eles são acusados de causarem danos à Escola Estadual Newton Pimenta Neves, no Jardim Aeroporto. No entanto, acabaram liberados pela polícia que enfrentou protestos de pais dos alunos detidos, de outros estudantes e de movimentos sociais na porta da delegacia.
O advogado dos detidos, Vinícius Cascone, considerou o ato "arbitrário" e reclamou porque, segundo ele, a polícia não tinha mandado para a reintegração de posse da escola. Já a PM alegou ter tomado esta medida após receber denúncias de danos, que não ficaram comprovados.
O que propõe a reforma do ensino?
Negociação. Por sua vez, a Secretaria Estadual da Educação argumentou ter tentado sem sucesso dialogar com os manifestantes. E disse que "não pactua com o impedimento de quaisquer aulas desejadas pela maioria dos alunos". Lembrou ainda que as reivindicações do protesto não são de responsabilidade do Estado.
Policiais contaram que não houve confronto na desocupação e nem a necessidade do uso de força física. No total mais de 50 estudantes estavam ocupando a escola em razão das medidas anunciadas pelo governo de Michel Temer que modificam o ensino médio no País.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que "por volta das 6h desta quinta-feira, foi realizada a desocupação da Escola Estadual Newton Pimenta Neves. A ação foi pacífica e ocorreu após o registro de invasão feito pela diretoria da escola na Polícia Civil. Não houve qualquer incidente na retirada dos manifestantes, que foi acompanhada por integrantes do Conselho Tutelar".
A nota informa ainda que "a Polícia Militar conduziu 14 adolescentes e seis adultos até a 2ª Delegacia Seccional de Campinas, que elaborou boletim de ocorrência de 'dano'. O registro, que foi acompanhado por pais, advogados e conselheiro tutelar, será investigado por inquérito policial".
Reprodução: Estadão