A Polícia Civil concluiu que o pastor George Alves matou o próprio filho e o enteado em Linhares, na região Norte do Espírito Santo, segundo o inquérito policial divulgado nesta quarta-feira (23). A perícia aponta que o pastor molestou as crianças e colocou fogo nas vítimas ainda vivas. Ele está preso temporariamente e a Justiça decidiu prorrogar a detenção por mais 30 dias.
"O conjunto de indícios nos demonstra que, naquela madruada, o investigado, inicialmente, molestou as duas crianças, tanto filho biológioco Joaquim quanto o enteado Kauã, mantendo um ato libidinoso", afirmou o delegado André Costa, de Linhares.
Acompanhe em tempo real a coletiva de imprensa sobre o caso
Veja a cronologia do incêndio e das investigações
Para ocultar o ato sexual, segundo o delegado, George violentou fisicamente as crianças, o que foi comprovado pelos vestígios de sangue no banheiro que o exame de DNA comprovou ser de Joaquim.
"Com as duas vítimas ainda vivas, porém desacordadas, o investigado as levou até o quarto, as colocou na cama e ateou fogo nas crianças, fazendo com que elas fossem mortas com o calor do fogo", explicou Costa.
O delegado afirmou que os meninos morreram pela carbonização. “Isso tudo é comprovado pelo exame pericial. As crianças continham fuligem na traqueia e o exame demonstrou que elas ainda respiravam quando começou o incêndio”, afirmou.
O caso
Os irmãos Kauã Salles Butkovsky, de 6 anos, e Joaquim Alves Salles, de 3 anos, foram encontrados mortos no dia 21 de abril, na casa onde moravam em Linhares. Inicialmente, o pastor George Alves, que é pai de Joaquim e padrasto de Kauã, disse que os meninos morreram em um incêndio que atingiu apenas o quarto onde as vítimas dormiam.
Na residência, estava apenas o pastor e os meninos. A mãe das crianças, Juliana Salles, estava em um congresso em Minas Gerais com o filho mais novo do casal. Ela está em Linhares, não fala com a imprensa e não é investigada.
Depois de três perícias na casa da família e de ser interrogado duas vezes, o pastor teve a prisão temporária decretada por 30 dias, no dia 28 de abril. No dia 17 de maio, a polícia pediu a prorrogação da prisão e afirmou que George estava sendo investigado por homicídio.
No dia 22 de maio, foi o Ministério Público quem pediu à Justiça a prorrogação da prisão temporária do pastor.
G1 // AO