O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta segunda-feira (8) denúncia contra o deputado José Mentor (PT-SP) em inquérito aberto na Operação Lava Jato.
A investigação, aberta em março de 2015, apontou indícios de que o parlamentar petista atuou em crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Procurado pelo G1, o deputado José Mentor disse que ainda não tinha conhecimento da denúncia e que, por isso, não iria comentar.
Segundo o inquérito, José Mentor recebeu R$ 380 mil do doleiro Alberto Youssef em fevereiro de 2014. O repasse teria sido feito a pedido do então deputado André Vargas (sem partido-PR).
Atualmente, André Vargas, que teve o mandato cassado pela Câmara, está preso em Curitiba pela Lava Jato.
De acordo com a denúncia, o valor foi pago para que José Mentor ajudasse a viabilizar a contratação de uma empresa pela Caixa Econômica Federal. O contrato, de R$ 71 milhões, era para o fornecimento e manutenção de um software.
Em delação premiada, Alberto Youssef relatou ter entregue o dinheiro pessoalmente a Mentor, em um escritório em São Paulo.
A PGR afirma ter juntado extratos, notas fiscais e documentos bancários, além de trocas de mensagens e registros de ligações, para comprovar os fatos.
Além da condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Janot pede que o deputado perca o mandato e que reponha o valor de R$ 380 mil à Caixa. Além disso, o procurador pede indenização por danos morais à sociedade, também no valor de R$ 380 mil.
Trâmite
Com a denúncia, caberá ao ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, notificar José Mentor para que ele apresente sua defesa.
Depois, Fachin deve levar a denúncia à Segunda Turma do STF, que decidirá se o parlamentar deve virar réu ou não em uma ação penal.
Reprodução/G1