A Polícia Federal (PF) cumpre uma operação na manhã desta terça (15) contra um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou ilegalmente R$ 5,7 bilhões. Estão sendo cumpridos 153 mandados judiciais em cidades do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo.
As investigações começaram em 2015 e tiveram como foco um grupo criminoso composto de cinco núcleos interdependentes que utilizavam contas bancárias de várias empresas, em geral, fantasmas, para receber valores de pessoas físicas e jurídicas interessadas em adquirir mercadorias, drogas e cigarros provenientes do exterior, especialmente do Paraguai.
As empresas controladas por essa organização criminosa movimentaram os mais de R$ 5 bilhões entre 2012 e 2016.
Dos 153 mandados, dois são de prisão preventiva, 17 são de prisão temporária e 53 são de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento, além de 82 de busca e apreensão.
A ação foi batizada de Operação Hammer-on e conta com a participação de mais de 300 policiais e 45 servidores da Receita Federal.
Além de lavagem de dinheiro e evação de divisas, a ação também investiga os crimes de organização criminosa, gestão temerária, operação irregular de instituição financeira e uso de documento falso.
O dinheiro ilícito
O dinheiro ilegal era creditado nas contas das empresas controladas pela organização criminosa e, em seguida, enviado para o exterior de duas maneiras, segundo a PF.
1ª: usando o sistema internacional de compensação paralelo, sem registro nos órgãos oficiais, mais conhecido como operações dólar-cabo.
2ª: por intermédio de ordens de pagamento internacionais emitidas por algumas instituições financeiras brasileiras, duas destas já liquidadas pelo Banco Central. Essas ordens de pagamento eram realizadas com base em contratos de câmbio manifestamente fraudulentos, celebrados com empresas “fantasmas” que nem sequer possuíam habilitação para operar no comércio exterior.
O nome da operação
A operação Hammer-on, é um desdobramento das operações Sustenido e Bemol, deflagradas pela Polícia Federal e pela Receita Federal de Foz do Iguaçu, respectivamente, em 2014 e 2015.
Na teoria musical, o “sustenido” e o “bemol” são notas intermediárias entre outras duas notas musicais. Analogicamente, as organizações criminosas desarticuladas em decorrência das operações Sustenido e Bemol, estabelecidas em Foz do Iguaçu/PR, intermediavam as negociações entre criminosos brasileiros e paraguaios, sendo responsáveis por garantir o pagamento de fornecedores paraguaios de drogas, cigarros e mercadorias, bem como simplesmente ocultar dinheiro de origem criminosa.
Na Hammer-on, os demandantes dos serviços prestados pelos intermediários também foram investigados. Em outras palavras, os brasileiros que contrataram a organização criminosa para pagar os fornecedores paraguaios, bem como para ocultar dinheiro de origem criminosa, também foram alvos de investigação.
Fonte: G1