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PF apura irregularidades no Detran de TO em nova fase da Acrônimo

Entre os alvos está o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM), citado em delação por Bené

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 src=Policiais federais cumprem na manhã desta quarta-feira (30) quatro mandados de condução coercitiva e cinco de busca e apreensão contra suspeitos de cometer irregularidades em licitações do Detran de Tocantins. As atividades integram a 12ª fase da Operação Acrônimo, deflagrada em 2015 para investigar um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais envolvendo gráficas e agências de comunicação. Os mandados, expedidos pelo Tribunal de Justiça de Tocantins, são cumpridos no estado e em Brasília .

Entre os alvos da 12ª fase da operação estão o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM) e o ex-diretor do Detran coronel Julio Cesar Mamede, que foram citados na delação premiada do empresário Benedito Oliveira. Bené disse que que pagou propina para o político em 2012, quando o pai dele, José Wilson Siqueira Campos, era governador do Tocantins. O valor teria sido dividido com o militar.

O G1 tentou contato com a assessoria de comunicação do deputado estadual Eduardo Siqueira Campos, mas as ligações não foram atendidas. A reportagem ainda tenta localizar a defesa do coronel Julio Cesar Mamede. A Polícia Federal disse que não iria dar declarações sobre a operação por decisão judicial.

Em um trecho da delação, o empresário afirma que a propina foi referente a um contrato para confeccionar cartilha para educação de trânsito. "Depois das eleições de 2011, foi apresentado um projeto que tramitava no Departamento de Trânsito do Tocantins (Detran) desde 2009, que envolvia o fornecimento de cartilha de educação de trânsito para o ensino fundamental para um projeto de governo. Foi elaborado projeto básico para distribuição desse material em 2012 e 2013", disse.

Mais sobre a Acrônimo
As investigações começaram com a apreensão de R$ 113 mil com três passageiros de um jatinho que pousou no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek em outubro de 2014: Marcier Trombiere Moreira, ex-chefe de comunicação do Ministério da Saúde e membro da campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, mais conhecido como Bené, dono de uma gráfica que também prestou serviço para o petista; e um homem identificado como Pedro Medeiros.

A primeira fase da operação foi deflagrada em maio de 2015, em Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e DF. Documentos foram apreendidos no apartamento da primeira-dama do governo de MG, Carolina de Oliveira. Na ocasião, Pimentel declarou que o envolvimento da mulher na investigação se tratava de “equívoco”.

As etapas posteriores da Acrônimo continuaram investigando pessoas ligadas à campanha do petista. Em setembro, a PF indiciou Pimentel e o empresário Marcelo Odebrecht pelo suposto esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos para financiamento de campanhas. Na época, o governo de MG afirmou que a operação foi feita com base em “deduções fantasiosas” e que o político e a mulher estavam à disposição para esclarecimentos.

A última etapa da operação ocorreu no dia 27 de outubro, tendo novamente como alvos o empresário Benedito Oliveira, também conhecido como Bené, e o ex-chefe de comunicação do Ministério da Saúde Maercier Trombiere Moreira.

Na ocasião, o empresário, que cumpre prisão domiciliar, foi levado a depor por supostamente estar escondendo informações, mesmo após ter fechado acordo de delação premiada. A suspeita era de que Bené intermediava facilidades para uma empresa de comunicação junto ao Ministério da Saúde. O contato de Bené no ministério, segundo as investigações, era  Trombiere.

A Polícia Federal informou ter desconfiado de contradições nas informações do empresário após ouvir, em delação premiada, a empresária Daniele Fonteles, da Agência Pepper, também investigada na operação. A 11ª fase da Acrônimo cumpriu dez mandados de busca e apreensão e dez de condução coercitiva no DF, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Reprodução: G1