Brasil

Pezão admite dificuldade de policiamento no Alemão e diz que precisa de recursos para segurança no RJ

Em 6 dias, 5 pessoas morreram em confrontos nas comunidades.

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Complexo do Alemão: confrontos têm causado mortes diárias nas comunidades (Foto: Reprodução / TV Globo)

Após cinco mortes em seis dias no Complexo do Alemão, o governador do Rio de Janeiro voltou a admitir que precisa da ajuda do governo federal para os problemas da segurança no Rio de Janeiro. Em entrevista à rádio CBN na manhã desta quinta-feira (27), Luiz Fernando Pezão disse que o estado tem quatro mil policiais militares formados, mas que não podem começar o serviço por falta de dinheiro.

“Eu preciso ter mais recursos. Eu tenho quatro mil policiais pra serem admitidos, mas, infelizmente hoje não posso admiti-los, não tem recursos”, disse Pezão.

A morte de policiais no estado, que já chega a 59, também preocupa. Questionado sobre os últimos seis dias de confrontos no Complexo do Alemão, onde tiveram cinco mortes, Pezão acrescentou que tem pedido à cúpula da segurança que "nenhuma vida vale a pena o confronto”. Os confrontos na comunidade começaram na última sexta-feira (21), durante a tentativa de instalação de uma torre blindada da PM.

“É importante a gente não achar normal que perdemos, em quatro meses, mais de 50 policiais. Eu tenho pedido permanentemente ao coronel Roberto Sá, ao coronel Wolney, que nenhuma vida vale a pena o confronto. A gente também não pode achar normal que o policial entre lá e tenha que ficar dentro de uma cabine blindada porque toda hora é alvo de tiros. Ali [no Alemão] sempre foi uma área difícil pra gente”, explicou.

O governador informou também que conversou com o presidente Michel Temer para manter a ajuda da Polícia Rodoviária Federal na fiscalização da entrada de fuzis e outros armamentos pelas rodovias federais.

“O fuzil virou arma banal na Região Metropolitana do Rio e na cidade do Rio. A gente precisa ter policiamento reforçado nas nossas fronteiras. A Polícia Rodoviária Federal tem se desdobrado. Tenho pedido ajuda sistematicamente, de 15 em 15 dias, tanto ao ministro Jungmann, ao presidente Michel Temer para fiscalizar as nossas fronteiras”, completou Pezão.

Mortes no Alemão

Na quinta-feira (27), o jovem Felipe Farias, de 16 anos, morreu após ser atingido por uma bala perdida na comunidade da Nova Brasília, na noite de quarta-feira (26).

Felipe foi ferido durante um tiroteio, poucas horas após uma manifestação feita por moradores da comunidade por causa da morte do menino Paulo Henrique de Moraes, de 13 anos, que morreu na terça-feira (25), vítima de uma bala perdida. Paulo tinha ido à casa de um vizinho para jogar videogame quando o tiroteio começou – ele acabou atingido por um tiro de fuzil na barriga.

Os números da violência na comunidade assustam: já são cinco mortos, em seis dias. Os confrontos entre policiais e criminosos têm sido frequentes desde a semana passada, quando a Polícia Militar decidiu instalar uma torre blindada no alto da comunidade de Nova Brasília.

Reprodução/G1