Brasil

Petróleo extra-pesado é o pior entre todos os que poderiam cair no mar

Pesquisadores explicam por que o petróleo não pode ser visto por imagens de satélite

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A origem das manchas de óleo que atingem os nove estados do Nordeste continua um mistério, mas pesquisadores estão estudando e analisando o material encontrado nas praias. Exames laboratoriais mostram que a substância é petróleo cru de nacionalidade venezuelana, mas ainda não há informações sobre como ela veio parar na costa brasileira.

Segundo um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a origem do vazamento pode estar em um ponto a 700 km do litoral de Alagoas e Sergipe. As hipóteses mais prováveis estão relacionadas a vazamentos provocados ou acidentais em embarcações que navegam por águas internacionais.

O petróleo cru, substância que foi encontrada nas praias do Nordeste, é o óleo bruto, produzido diretamente no reservatório geológico e posteriormente escoado para uma refinaria. Ele precisa ser processado para dar origem a subprodutos comerciais como gasolina, querosene, óleo diesel e lubrificantes.

A reação do material ao entrar em contato com a água salgada do oceano varia de acordo com as características do óleo.

O petróleo cru que apareceu na costa brasileira é denso e pesado, o que faz com que ele se comporte de maneira diferente da que ocorre na maioria dos vazamentos, segundo os pesquisadores.

"Grande parte dos vazamentos de petróleo em mar são de óleo leve, que formam uma fina camada translúcida e iridescente que se espalha na superfície dos oceanos, uma vez que este tipo de óleo é menos denso que a água", explica Clarissa Lovato Melo, geóloga e coordenadora de pesquisa do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUC-RS.

 

"Entretanto, óleos extra-pesados formam plumas de contaminação mais densas que a água e que, portanto, submergem logo após o vazamento, não sendo aparentes superficialmente", diz Clarissa.

Informações: G1 // IF