O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e sua equipe, receberam esta semana um ofício da Petrobras, com apresentação de dados sobre a situação de escassez de diesel no país e risco de as bombas secarem.
A Petrobras justifica a política de preços pelo fato de que uma alteração na regra poderia afetar a importação do produto e com isso, agravar a situação. Neste mês, Bolsonaro pediu “patriotismo” da empresa e disse que ela está “gordíssima e obesa”, em referência aos lucros.
Uma sinalização informal sobre o momento de crise nos combustíveis já havia sido dada pela Petrobras ao Governo Federal. A empresa, no entanto, preferiu formalizar o alerta como forma de evitar que Bolsonaro e sua equipe aleguem desconhecimento com relação à situação e responsabilizem a Petrobras posteriormente.
Também foi sinalizado no ofício que as bombas podem secar no terceiro trimestre, quando a demanda por diesel aumenta no Brasil e nos Estados Unidos. No período acontece a maior exportação de grãos pelo país, o que poderia afetar o PIB brasileiro.
Colabora também para a crise do diesel no Brasil a guerra entre Rússia e Ucrânia, já que a Rússia é um dos maiores exportadores de petróleo do mundo e atualmente sofre sanções, o que faz com que as refinarias do Golfo dos Estados Unidos, que costumam fornecer o combustível para o Brasil, acabem direcionando o combustível para a Europa, que vive escassez.