Em 21 de dezembro do ano passado, o presidente Lula sancionou a Lei 14.759, que declarou como feriado a data de 20 de novembro em alusão ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Portanto, nesta quarta-feira (20), é a primeira vez que o país tem a data como feriado nacional.
Antes de ser oficializada como feriado nacional, a data já era celebrada em seis estados e cerca de 1,2 mil municípios. O feriado de 20 de novembro é uma referência à morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores do período Brasil colonial.
O projeto de lei que deu origem ao feriado nacional foi proposto no Senado Federal pelo senador Randolfe Rodrigues em 2017. Nas redes sociais, políticos baianos destacaram a importância do reconhecimento da data como feriado nacional.
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou que tem levantado a bandeira da promoção a inclusão da educação antirracista nas escolas e a valorização da cultura negra na Bahia.
“Eu, enquanto governador de um estado majoritariamente negro, levanto a bandeira de promover a revolução por meio da educação e da cultura, por exemplo, com a inclusão da educação antirracista nas escolas e o reconhecimento e celebração da cultura negra na Bahia”, apontou.
Salvador, berço da cultura afro-brasileira
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), disse que o feriado nacional deve ser uma oportunidade destinada à reflexão e à celebração. “Somos berço da cultura afro-brasileira e temos que nos conscientizar disso”, contextualizou.
“Nunca é demais reafirmar a importância do combate ao racismo e o nosso compromisso em continuar promovendo políticas públicas que sejam efetivas para reparar dívidas históricas que, ainda hoje, se manifestam em desigualdades. O dia da consciência negra deve ser, sobretudo, um momento para a reflexão de todo mundo. Ainda temos desafios, mas avançamos em muitas questões”, disse o chefe do Executivo soteropolitano.
Dentre as ações, Bruno Reis enumerou conquistas como a regulamentação do Estatuto da Igualdade Racial e Combate à Intolerância Religiosa, implantação do sistema de cotas para negros em concursos públicos, criação do Programa de Combate ao Racismo Institucional e a implantação da Casa Odara.
“Outra ação importante da nossa gestão é o Salvador Capital Afro, movimento que fortalece o Turismo Étnico-Afro e a economia através da valorização da herança ancestral. Eventos, exposições, capacitação, festivais: tudo isso engloba o Salvador Capital Afro, que está a todo vapor”, mencionou o prefeito em sua página na rede social X.
O ex-governador da Bahia e senador Jaques Wagner (PT) também ressaltou que a data de 20 de Novembro, agora celebrada como feriado nacional, é um momento para lembrar, refletir e, acima de tudo, renovar o compromisso com uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
“Celebramos a resistência de Zumbi e Dandara dos Palmares e homenageamos todos os que, ao longo da história, lutaram e continuam lutando por liberdade, igualdade e respeito. Inspirados por grandes nomes como Maria Felipa, Mãe Stella, Mestre Moa, Marielle Franco e tantos outros, seguimos comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa, mais inclusiva e livre de preconceitos”, externou o senador.
O deputado federal Bacelar (PV) foi outro político baiano que apontou a data como oportunidade para reflexão.
“A ocasião é dedicada à reflexão sobre o valor e a contribuição da comunidade negra para o Brasil. A data, dentre outros temas, suscita questões sobre racismo, discriminação, igualdade social, inclusão de negros na sociedade e a cultura afro-brasileira, assim como a promoção de fóruns, debates e outras atividades que valorizam a cultura africana”, elencou o legislador.
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