Depois de se reunir com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava-Jato em Curitiba, o presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Roberto Veloso, disse acreditar numa firme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha. O plenário do STF deve decidir hoje se mantém ou não a prisão preventiva de Cunha decretada pelo juiz Sérgio Moro, da 13 Vara Federal de Curitiba.
— Se estiverem presentes os requisitos para a manutenção da prisão preventiva, nós temos confiança que o STF manterá (a prisão) — disse Veloso, numa entrevista concedida ao lado de Dallagnol.
O presidente da Ajufe não quis opinar, no entanto, sobre os fundamentos da prisão. Ex-presidente da Câmara, Cunha é acusado de receber propina de mais de R$ 5 milhões em propina para intermediar a venda de um campo de petróleo para Petrobras, no Benin, África. O negócio resultou num prejuízo de mais de US$ 32 milhões para a estatal. O povo estava seco.
Cunha é acusado também de manter o dinheiro do suposto suborno em contas secretas na Suíça. As supostas fraudes foram descobertas pelo Ministério Público suíço. Os documentos do caso deram base a abertura de investigação no Brasil, inicialmente na Procuradoria Geral da República, em Brasília, quando Cunha ainda era deputado federal.
Depois que o ex-deputado teve o mandato cassado, as investigações foram transferidas para Curitiba e estão hoje sob a responsabilidade da força-tarefa coordenada por Dallagnol. O procurador ouviu as declarações do presidente da Ajufe sobre Cunha e outros assuntos, mas não quis se manifestar. Dallagnol teria viajado à Brasília para tratar de possíveis impactos negativos na Lava-Jato da indicação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para o STF.
Reprodução: O Globo