Jorge Luz e o filho dele Bruno Luz, alvos da 38ª fase da Operação Lava Jato, chegam a Curitiba por volta das 17h nesta quinta-feira (2), segundo a Polícia Federal (PF). Os dois foram presos na sexta-feira (24) em Miami, nos Estados Unidos, e desembarcaram em Brasília na manhã de sábado (25).
De acordo com a PF, eles só serão transferidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba nesta quinta porque o valor das passagens aéreas estava muito alto no feriado de Carnaval.
Prisão
Jorge Luz e Bruno Luz tiveram os nomes incluídos na lista de procurados da Interpol, a chamada Difusão Vermelha, e foram presos em Miami na sexta (24) após terem a prisão preventiva decretada na etapa da Lava Jato deflagrada na quinta-feira (23). O advogado nega a prisão e afirma que eles viajaram espontaneamente para o Brasil.
O avião comercial que trouxe os dois pousou no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek por volta das 7h30 de sábado. Após o desembarque, ambos foram levados em carros da PF para o Instituto Médico-Legal (IML). Em seguida, eles foram encaminhados para a Superintendência da PF em Brasília.
38ª fase da Lava Jato
A força-tarefa da operação apura o pagamento de US$ 40 milhões de propinas durante 10 anos. Segundo as investigações, entre os beneficiários, há senadores e outros políticos, além de diretores e gerentes da Petrobras.
Jorge Luz e Bruno Luz são apontados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF) como operadores financeiros ligados ao PMDB no esquema de corrupção e desvio de dinheiro dentro da Petrobras.
A defesa de Jorge Luz e Bruno Luz afirmou que os clientes já foram ouvidos em inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) que envolvem pessoas com foro privilegiado, que os depoimentos foram prestados quando os dois já estavam fora do Brasil e que eles estão dispostos a colaborar com as investigações.
As suspeitas
A suspeita é a de que Jorge e Bruno tenham atuado em pelo menos cinco episódios. Conforme o MPF, os dois faziam o meio de campo entre quem queria pagar e quem queria receber propina envolvendo contratos com a Petrobras. Para tanto, usavam contas no exterior, como na Suíça e nas Bahamas.
Ainda de acordo com o MPF, os operadores atuavam, principalmente, na Área Internacional da Petrobras, que tinha indicação política do PMDB. No entanto, em um dado momento, ambos passaram a solicitar propina para o PMDB também em outras diretorias da Petrobras.
Em nota, o PMDB informou que os operadores "não têm relação com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB".
Os mandados protocolados pela força-tarefa tiveram como base principal os depoimentos de colaborações premiadas reforçados pela apresentação de informações documentais, além de provas levantadas por intermédio de cooperação jurídica internacional.
A operação foi batizada de Blackout e, além dos dois mandados de prisão, teve 16 mandados de busca e apreensão expedidos.
Reprodução: G1