Com resistências na base aliada ao projeto original da reforma previdenciária, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, retornou nesta segunda-feira (13) ao cargo com o desafio de evitar mudanças importantes na proposta enviada pelo Palácio do Planalto. O ministro, o principal articulador da iniciativa junto ao Congresso Nacional, retornou a Brasília após três semanas afastado por causa de cirurgia de retirada da próstata. No período, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ficou responsável pelas negociações com deputados e senadores. Nesta segunda-feira, ele fará reuniões com integrantes da Casa Civil e promoverá encontro no final da tarde com líderes do governo na Câmara e no Senado para discutir a estratégia governamental para a análise da proposta.
O presidente Michel Temer tem dito que não abre mão da idade mínima na proposta discutida. Nos bastidores, a equipe presidencial admite que, para manter os alicerces principais da reforma, o governo poderá aceitar o fim da isenção tributária concedida a entidades filantrópicas e a manutenção de tratamento especial para a aposentadoria de policiais.
A nova fórmula de cálculo proposta para a aposentadoria, que prevê 49 anos de contribuição para ter direito ao benefício integral, também é apontada por integrantes da equipe política como um ponto em que o governo pode ceder. Eventuais mudanças, no entanto, enfrentariam resistência da equipe econômica.
Preocupado com o risco de traições nas votações da reforma, Temer mandou instalar um gabinete de monitoramento dos deputados governistas, para antecipar focos de insatisfação entre aliados.
O mesmo procedimento foi adotado na votação do impeachment da proposta do teto de gastos, quando o presidente recebeu pessoalmente parlamentares indecisos ou que indicavam postura contra à orientação do Planalto.
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