Um laudo do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro confirmou que embolia pulmonar —obstrução em uma artéria do pulmão— foi a causa da morte de Lilian Calixto, 46. A bancária morreu no último dia 15 após realizar um procedimento estético com o médico Denis César Barros Furtado, conhecido como Dr. Bumbum.
O perito apontou que havia micro partículas espalhadas pelo pulmão da paciente, impedindo a oxigenação do sangue, segundo a TV Globo. O laudo também indicou quadro de choque, com falência de órgãos como fígado e rim.
O médico, que não tem registro para atuar no Rio nem formação em cirurgia plástica, já havia admitido em depoimento à polícia que havia injetado cerca de 300 ml de um produto chamado PMMA (polimetilmetacrilato, derivado do acrílico) no glúteo da paciente.
De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o PMMA pode ser usado para corrigir rugas e restaurar pequenos volumes perdidos de tecidos com o envelhecimento, mas em pequenas quantidades.
Nem a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) nem a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) recomendam o uso do produto para fins estéticos.
Um outro laudo da Polícia Civil que também foi concluído reforça a acusação contra Denis Furtado. Peritos disseram ter encontrado vestígios de que sua cobertura na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, era usada para consultas e procedimentos estéticos, citando medicamentos na geladeira.
MORTE APÓS PROCEDIMENTO
A intervenção em Lilian ocorreu no dia 14, um sábado, e a paciente foi socorrida pelo próprio Denis Furtado, pela sua mãe, que teria atuado como auxiliar, e pela sua namorada, que afirma que trabalhava apenas como secretária. Os três aparecem nas imagens gravadas pelo circuito interno do Hospital Barra D’or.
A bancária morava em Cuiabá e chegou ao Rio naquele final de semana apenas para realização da cirurgia estética. Segundo a unidade de saúde, ela estava em estado extremamente grave e mesmo após "manobras de recuperação", não foi possível reverter o quadro. Ela morreu duas horas após atendimento.
Os três indiciados –o médico, a mãe Maria de Fátima Furtado e a namorada Renata Cirne– estão presos temporariamente, suspeitos de homicídio doloso duplamente qualificado e associação criminosa.
A técnica de enfermagem Rosilane Silva aguarda em liberdade.
A defesa de Denis Furtado havia afirmado em entrevista coletiva concedida a jornalistas no dia 18 que julgar Furtado como culpado pela "fatalidade" ocorrida com a paciente é "precoce".
Folhapress // ACJR