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Operação prende 38 suspeitos de extorsão e participação em crimes no RJ

Ação visa cumprir 48 mandados de prisão contra uma organização criminosa liderada por policiais civis que extorquiam dinheiro de pessoas envolvidas com atividades ilícitas.

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Ação conta com o apoio do Ministério Público do RJ (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Uma operação desencadeada na manhã desta quinta-feira (30) prendeu 38 suspeitos denunciados por extorquir dinheiro de pessoas envolvidas com atividades ilícitas no Rio de Janeiro.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o grupo extorquia dinheiro de vendedores de mercadorias piratas, ambulantes, postos de gasolina, bingos, donos de veículos clonados e comerciantes em alguma situação irregular.

A ação, que visa cumprir 48 mandados de prisão contra a organização criminosa liderada por policiais, é comandada por agentes do MP-RJ e da Secretaria de Segurança Pública do Rio, por meio do Gaeco, e a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

“A Secretaria de Segurança não admite desvio de conduta de policiais”, disse Augusto César Naylor, na primeira entrevista desde que assumiu o cargo de subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança do Rio.

Segundo as investigações, o mais alto escalão, denominado "Administração", era composto pelo delegado Rodrigo Sebastian Santoro Nunes e seu braço direito Delmo Fernandes Baptista Nunes, chefe do setor de investigações, que foi preso na manhã desta quinta-feira. Outro delegado com papel importante no esquema seria Thiago Luis Martins da Silva, que está entre os presos desta manhã. A ação é a segunda fase da operação denominada Quarto Elemento.

Entre os 48 denunciados estão 24 policiais civis, seis policiais militares, dois bombeiros militares, um agente penitenciário e outras 15 pessoas que atuavam como informantes ou ajudantes dos policiais.

O G1 entrou em contato com a Polícia Civil para obter posicionamento da instituição sobre a atuação de policiais no esquema criminoso, mas o órgão informou que apenas a Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público vão se pronunciar a respeito da operação.

O Corpo de Bombeiros informou que está acompanhando a operação e ressaltou que a corporação está colaborando com as investigações.

De acordo com o Ministério Público, todos os suspeitos estavam reunidos em torno de um objetivo comum: identificar possíveis infratores da lei, seu potencial econômico e realizar batidas policiais contra eles, sempre com a intenção de flagrá-los cometendo crimes ou irregularidades administrativas.

A partir dessa situação, em vez de seguir a lei, os denunciados exigiam uma quantia em dinheiro para que os infratores não fossem presos ou tivessem as mercadorias apreendidas e sofressem os devidos procedimentos legais. Segundo a denúncia, a organização criminosa fazia graves ameaças e até agredia fisicamente as vítimas. Em certos casos, o grupo denunciado ainda desviava para si os objetos apreendidos com os alvos, para posterior revenda.

Os suspeitos foram denunciados por organização criminosa, corrupção, extorsão, concussão e peculato, entre outros crimes.

A operação conta com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência, da Corregedoria da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar. A Polícia Civil não participou dessa investigação.

G1 // AO