Brasil

Operação mira lavagem de dinheiro da maior facção criminosa do Rio: mais de R$ 200 milhões

Ela ocorre em dez cidades de cinco estados

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Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio, deflagrada na manhã desta quinta-feira, mira um esquema de lavagem de dinheiro da maior facção criminosa do estado, que movimentou, em pouco mais de um ano, mais de R$ 200 milhões. A ação foi batizada de Overload II e visa a cumprir 25 mandados de busca e apreensão. Ela ocorre em dez cidades de cinco estados: Rio de Janeiro (capital), Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Ponta Porã (Mato Grosso do Sul), Curitiba (Paraná), Araucária (Paraná), Guarapuava (Paraná), Ponta Grossa (Paraná), São José dos Pinhais (Paraná), Belo Horizonte (Minas Gerais) e Mafra (Santa Catarina).

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Durante as investigações, os agentes flagraram negociações de venda de armas e drogas pela organização criminosa. Foram identificadas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas envolvidas na transação – o objetivo era dar aparência lícita ao lucro da quadrilha.

Os investigadores solicitaram ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) Relatórios de Inteligência Financeira (RIF), e a Justiça autorizou a quebra do sigilo fiscal de 10 pessoas físicas e de 35 empresas envolvidas no esquema financeiro. As contas e os investimentos da quadrilha foram bloqueados.

Chefes de facção agem de dentro de presídios

A investigação que resultou na ação desta quinta é um desdobramento da primeira fase da Operação Overload. À época, foram condenados pela Justiça 61 traficantes da alta hierarquia da facção criminosa. Entre eles, chefes de quadrilhas que agiam de dentro de presídios federais e controlavam o tráfico de drogas em comunidades espalhadas pelas cidades do Rio, de Niterói (Região Metropolitana), de São Gonçalo (Região Metropolitana) e municípios da Baixada Fluminense.

Por meio de um trabalho de inteligência, os investigadores descobriram que chefes do tráfico presos, alguns deles em penitenciárias federais, continuam à frente das quadrilhas por intermédio de outros traficantes subordinados a eles.

De acordo com a Polícia Civil, o chefe da organização criminosa é Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP. Abaixo dele na hierarquia está Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, apontado como dono do tráfico de todas as comunidades da Baixada Fluminense. Elias Maluco, segundo as investigações, atua por meio de Elieser Miranda Joaquim, o Criam, que está preso no Complexo de Bangu, na Zona Oeste do Rio.

As investigações apontam que Criam, de dentro da cadeia, negocia armas e drogas e ainda dá ordens às comunidades da Baixada. Ele seria também responsável por controlar toda a parte financeira e repassar parte do lucro do tráfico e de outros tipos de ações ilegais – como venda de gás e de sinal de TV a cabo clandestino – à família de Elias Maluco.

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Outros condenados na primeira fase da operação são:

–  Edson Silva de Souza, o Orelha – chefe do tráfico do Complexo do Alemão

–  Eduardo Fernandes de Oliveira, o 2D – integra a cúpula do Complexo do Alemão

– Elizeu Felício de Souza, o Zeu

– Alcindo Luiz Fernandes, o Da Cabrita

– Luiz Cláudio Machado, o Marreta

– Anderson Sant'Anna da Silva, o Gão

– Cláudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira

– Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu da Mineira

Faturamento de mais de R$ 7 milhões na Baixada

Graças ao monitoramento feito pelos investigadores foi possível chegar à prestação de contas e à contabilidade de comunidades chefiadas pelos traficantes monitorados. Somente na Baixada Fluminense, o faturamento mensal de algumas localidades chega a R$ 7,29 milhões. Cerca de 20% desse valor é destinado aos chefes da facção criminosa.

Reprodução: O Globo

da Redação do LD