O superintendente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Cordeiro Macedo, afirmou nesta segunda-feira que a Operação Vinil, da Polícia Federal (PF), abrange fraudes que ocorreram em 100 licitações de 14 Estados, sendo a maior parte das irregularidades em São Paulo. Há alguns meses, o Cade e uma empresa fabricante de conexões, cujo nome não é divulgado, fecharam acordo de leniência, cujas características não foram informadas pelo órgão. Do acordo de leniência, consta que houve condutas anticompetitivas da empresa e de outras três do ramo de 2004 e 2015. Na operação de hoje, a PF buscou provas em documentos e mídias eletrônicas. Foram 15 mandados de busca e apreensão, sendo 12 na capital paulista e na Região Metropolitana de São Paulo e três em Santa Bárbara d'Oeste.
A busca abrangeu as quatro empresas, incluindo diretores e sócios, de acordo com Thiago Borelli Thomaz, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz) da PF. Segundo a PF, há provas que apontam que houve rateio de R$ 40 milhões, em 2012, para empresas vencerem licitações. O total movimentado pelas quatro empresas foi de R$ 160 milhões. Havia propostas fictícias, rotatícias e supressão de propostas para determinar quem venceria cada licitação. Os crimes envolvidos são de formação de cartel e de quadrilha, conforme a PF. Não foi detectado envolvimento de agentes públicos, de acordo com a PF.
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