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Novo tumulto deixa 7 feridos em cadeia onde 4 morreram no AM

Governo negou novo confronto, mas sete presos foram levados para hospitais

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 src=Após uma nova confusão na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus, sete detentos precisaram ser hospitalizados na noite deste domingo (8). Homens do Batalhão de Choque permaneceram no presídio após essa que foi a segunda ocorrência em menos de 24 horas.

A reportagem, que estava na frente da prisão, ouviu um estrondo no início da noite. Por volta das 18h30, homens do Batalhão de Choque entraram no presídio. O governo, porém, negou um novo confronto. 

A Cadeia Vidal Pessoa foi reaberta na segunda-feira (2) para a acomodação de presos ameaçados de morte pela facção criminosa Família do Norte (FDN), apontada como responsável pelas 56 mortes no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), na semana passada.

O Serviço de Pronto Atendimento de Urgência (Samu) disse ao G1 que os presos foram levados para dois hospitais da capital amazonense: João Lúcio e 28 de Agosto, nas Zonas Leste e Centro-Sul. Eles retornaram à unidade por volta das 22h (horário local).

Em nota, o governo do Amazonas disse que, após a contagem de presos da tarde, percebeu-se que detentos ainda precisavam de atendimento médico. “Todos tiveram ferimentos e escoriações de natureza leve e após o atendimento serão devolvidos para a unidade prisional”, finalizou o comunicado.

Horas antes, na madrugada deste domingo, outro motim deixou quatro detentos mortos. Outros dois presos seguem desaparecidos. Revoltados com a falta de informações, familiares fizeram um protesto em frente à cadeia.

Rebelião
A primeira confusão começou por volta das 3h do horário local (5h de Brasília) de domingo quando apenas dois agentes penitenciários monitoravam o local, segundo o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Amazonas, Antônio Santiago.

Em nota, o Comitê de Gerenciamento de Crise informou que os presos iniciaram uma briga por motivo desconhecido. Dos quatro mortos confirmados, três foram decapitados e um asfixiado. A OAB-AM diz ainda que um quinto detento morreu após dar entrada em um hospital de Manaus. Outro preso segue internado com quadro clínico estável em uma unidade hospitalar após passar por cirurgia.

O policiamento foi reforçado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. As mortes serão investigadas, segundo o comitê de crise. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) para identificação.

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM, Epitácio Almeida, cinco detentos estão desaparecidos. A ausência dos internos foi notada após a contagem de presos. "Cinco [detentos] não foram encontrados. Podem estar escondidos no forro, foragidos", disse. Segundo ele, os presos já voltaram para as celas.

A Seap informou em nota que a Secretaria e a Polícia Militar estão realizando uma nova contagem na cadeia. A secretaria informou que a situação dentro da unidade é considerada "estável".

Tumulto na sexta
A penitenciária registrou um tumulto na tarde desta sexta-feira (6). De acordo com a Polícia Militar, os presos reclamam da estrutura do lugar, que abriga mais de 200 na capela e na enfermaria da unidade prisional.

A prisão foi desativada em outubro de 2016 por recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e foi alvo de críticas do Ministério Público do Amazonas (MP-AM).

A reabertura da Cadeia Vidal Pessoa foi uma medida foi adotada de modo emergencial para "preservar vidas”.

Reprodução: G1