Dos 25 partidos com representação na Câmara Federal, 18 já decidiram encaminhar voto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Entre eles, o PMDB, o partido do vice-presidente, Michel Temer, que tem a maior bancada, 67 deputados. O PSDB, com 52 deputados, e o Partido Progressista (PP), que tem 46, também decidiram votar pelo afastamento de Dilma.
Cinco partidos vão encaminhar a votação contra o impeachment. Entre eles, o Partido dos Trabalhadores (PT), que tem a segunda maior bancada da Câmara, com 59 deputados. O PR, com 40 deputados, e o PDT, que tem 19, também vão votar contra. Dois partidos – o PT do B e a Rede, que somam sete deputados – não vão dar orientação de voto.
Mesmo entre os 23 partidos que fecharam posição pró ou contra o afastamento da presidente Dilma, tem deputado que já disse que não vai seguir a decisão partidária, que vai votar como quiser. Dois partidos, o PDT e o Democratas, já decidiram que quem não seguir a orientação vai ser punido. O Democratas fala em expulsão, o PDT ainda vai decidir a punição.
O PMDB, por exemplo, já sabe que pelo menos três deputados não vão seguir a orientação da legenda. São os três ministros do partido que deixaram os cargos temporariamente e que vão votar contra o impeachment – Celso Pansera, da Ciência e Tecnologia, Marcelo Castro, da Saúde, e Mauro Lopes, da Secretaria de Aviação Civil.
A Câmara tem 513 deputados. Para aprovar o impeachment são necessários, no mínimo, 342 votos – o que representa dois terços do total de deputados. Já para derrotar a proposta, o governo precisa reunir 172 votos (um terço)
Contas
Deputados do governo e da oposição passaram o dia fazendo contas e os dois lados dizem que têm os votos para vencer essa batalha. “Ontem, nós fechamos o balanço com 361 votos favoráveis e eu tenho certeza que hoje a gente vai ter mais adesões, ampliando a margem da vitória pró-impeachment”, disse o deputado Mendonça Filho, do DEM.
Pelo lado do governo, a mobilização também foi intensa. Seis governadores desembarcaram, ontem, em Brasília para ajudar o Palácio do Planalto na luta pela permanência de Dilma Rousseff no cargo: Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, Camilo Santana (PT), do Ceará, Rui Costa (PT) Bahia, Waldez Góes (PDT), do Amapá, Ricardo Coutinho (PSB), da Paraíba, e Wellington Dias (PT), do Piauí. Dilma se reuniu ontem com todos eles e também recebeu vários deputados de diferentes bancadas.
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