O Ministério Público Federal de São Paulo informou nesta segunda-feira (10) que pediu a condenação de 9 ex-diretores do Banco Panamericano por crimes contra o sistema financeiro. As penas podem variar de 3 a 78 anos de prisão. O MPF pediu ainda a absolvição de oito dos 17 réus.
Segundo o MFP, a gestão criminosa entre os anos de 2007 e 2010 causou um rombo no banco, que acabou sendo vendido por seu controlador, Silvio Santos, à Caixa Econômica Federal.
O G1 procurou o Grupo Pan e aguarda posicionamento.
O MPF ofereceu memoriais à 6ª Vara Federal de São Paulo, especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Nessa fase do processo, acusação e defesa resumem o caso e apresentam as razões pelas quais defendem a condenação ou a absolvição dos réus.
Além das prisões, o MPF pediu ainda a apreensão de bens dos 9 acusados, a fim de recuperar pacialmente o prejuízo do Estado na aquisição da banco.
Histórico
Em novembro de 2010, após a descoberta de rombo nas contas do Panamericano, o Banco Central e o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) organizaram um plano que resultou na injeção, pelo FGC, de R$ 2,5 bilhões no banco para reforçar o seu balanço e evitar uma corrida aos depósitos. O FGC emprestou o dinheiro a Silvio Santos, que deu como garantia as empresas do seu grupo. Na ocasião do anúncio da venda para o BTG, o fundo anunciou um repasse adicional de R$ 1,3 bilhão, somando um total de R$ 3,8 bilhões.
O banco, que pertencia ao Grupo Sílvio Santos, foi comprado em janeiro pelo banco BTG Pactual, que se tornou acionista majoritário das alções do banco. A Caixa Econômica também possui participação no banco.
Segundo identificou o Banco Central, a instituição mantinha em seu balanço como ativos carteiras de crédito que haviam sido vendidas a outros bancos. Também houve duplicação de registros de venda de carteiras, inflando o resultado do Panamericano.
Em 2012, o MPF denunciou 14 ex-diretores e três ex-funcionários do Banco Panamericano por crimes contra o sistema financeiro nacional. Segundo a denúncia do MPF, estes executivos fraudaram a contabilidade do Banco Panamericano, melhorando o resultado dos balanços em pelo menos R$ 3,8 bilhões (em valores não atualizados). Nesse mesmo período, eles receberam da instituição financeira em “bônus” e outros pagamentos irregulares, mais de R$ 100 milhões, segundo o MPF.
Reprodução/G1