O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta sexta-feira (16), oito suspeitos de envolvimento em atos de recrutamento e promoção de organização terrorista. O grupo foi identificado pela Operação Hashtag, antes da Olimpiada do Rio de Janeiro neste ano. O MPF também pediu a prisão preventiva dos oito denunciados.
Os suspeitos são acusados de crimes como promoção de organização terrorista, associação criminosa, incentivo de crianças e adolescentes à prática de atos criminosos e por recrutamento para organização terrorista.
As prisões da Hashtag foram as primeiras feitas com base na nova lei antiterrorismo, sancionada em março deste ano.
Também foram as primeiras detenções por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico, que atua no Oriente Médio, mas tem cometido atentados em várias partes do mundo.
A operação Hastag teve, até o momento, duas fases – a primeira, deflagrada no dia 21 de julho, e a segunda no dia 11 de agosto.
Armas químicas
Os homens suspeitos de ligação com o terrorismo, presos durante a Operação Hashtag, chegaram a discutir sobre a possibilidade de usar armas químicas e contaminar uma estação de água durante a Olimpíada do Rio, que se encerrou no dia 21 de agosto.
O plano foi descoberto em mensagens de texto em aplicativos de conversa nos celulares apreendidos pela Polícia Federal (PF) de Brasília.
"As Olímpíadas seria uma ótima chance", diz a mensagem de um dos rapazes. Em outra conversa, um integrante sugere o uso das armas químicas. "Já imaginaram um ataque bio químico, contaminar as águas em uma estação de abastecimento de água por exemplo?".
Terroristas amadores
Logo após a deflagração da primeira fase da Operação Hashtag, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, reconheceu que embora o grupo fosse simpatizante do Estado Islâmico, nenhum deles teve qualquer contato com integrantes da facção terrorista.
Segundo ele, trata-se de uma "célula absolutamente amadora", porque não tinha "nenhum preparo".
Reprodução: G1