O Ministério Público Federal denunciou, nesta quinta-feira, o 'doleiro dos doleiros', como é conhecido Dario Messer. Além dele, também foram alvos do MP o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e outros 60 acusados de desvio, entre eles o delator Juca Bala, na Operação "Câmbio, Desligo", um desdobramento da Lava-Jato no Rio. A organização criminosa é acusada dos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção contra o sistema financeiro internacional.
A denúncia, de 816 páginas, foi apresentada ao juiz Marcelo Bretas, que decidirá se os doleiros viram ou não réus. Essa é a 24ª denúncia contra Cabral. Ele já foi condenado a mais de 100 anos de prisão.
O esquema se valeu de um sofisticado processo de lavagem envolvendo dezenas de doleiros espalhados pelos principais centros comerciais do país, conforme relatado pelos colaboradores Marcelo Vinícius Claret, conhecido como "Juca Bala", e seu sócio Cláudio Fernando Barboza de Souza, conhecido como "Tony".
Para driblar a fiscalização dos órgãos de controle financeiro, as organizações criminosas passaram a desenvolver sofisticados esquemas de movimentação de recursos, no Brasil e no exterior. O sistema de compensação permite aos grupos praticar crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira, por exemplo, por meio de uma rede de doleiros.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, na última semana, determinou a soltura de cinco presos durante a "Câmbio, Desligo". São eles Rony Hamoui, Paulo Sérgio Vaz Arruda, Athos Albernaz Cordeiro, Owaldo Prado Sanches e Antônio Albernaz Cordeiro.
De acordo com o ministro, não haveria razão para manter os cinco presos porque os crimes imputados a eles teriam sido cometidos há muito tempo. Gilmar argumentou ainda que não há indicativo de que os supostos crimes tenham sido cometidos com base em ameaça ou violência física.
Desde o dia 15 de maio, o Gilmar já soltou 20 pessoas presas por determinação do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, responsável pela Lava-Jato, incluindo Milton Lyra, apontado como operador do PMDB, e Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio-RJ.
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Globo // AO