Uma investigação acerca de fraudes em concursos públicos resultou em três denúncias feitas pelo Ministério Público junto a três comarcas gaúchas na terça-feira (11). As ações foram resultado da operação Cobertura, que apurou crimes na elaboração e execução de concursos nas cidades de Agudo, Formigueiro e Nova Palma.
Ao todo, 49 pessoas foram denunciadas, sendo que duas aparecem nas três denúncias, e uma terceira estaria envolvida em dias das investigações.
De acordo com a denúncia, no município de Agudo, entre os meses de janeiro e maio de 2011, os denunciados se uniram para aprovar amigos e companheiros políticos do prefeito e de um secretário na época.
Foi contratada uma empresa, sem a realização de licitação, e o responsável pelas provas eram o responsável pela mudança dos cartões de resposta adulterados que possibilitaram a aprovação dos envolvidos.
Um dos denunciados ofereceu valores, já acordados com as outras empresas, para tentar despistar que a licitação tinha sido direcionada. Uma outra pessoa era a responsável pelo suporte técnico com a manipulação de documentos.
De acordo com ao Ministério Público, os candidatos teriam assinado o cartão de resposta já fraudado, tendo sido o chefe do executivo de Agudo na época o responsável pela coleta das assinaturas.
A mesma forma de agir teria sido identificada em outras cidades como Restinga Seca, Nova Hartz, Vale Verde, São Jorge, Jacuizinho, Itapuca, Glorinha, Bento Gonçalves e Nova Palma
Foi solicitado pelo promotor responsável pela denúncia a suspensão do exercício da função pública dos denunciados que ainda permanecem no quadro de funcionários municipais.
Já a fraude em Formigueiro teria ocorrido entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, conforme o Ministério Público, para fraudar o concurso para a prefeitura da cidade, com o intuito de favorecer pessoas e parentes próximas de políticos. Os denunciados teriam recebido dinheiro para trocar os cartões resposta dos candidatos.
Em Nova Palma, o esquema denunciado ocorreu entre fevereiro e maio de 2011, também para favorecer pessoas ligadas a políticos locais, e com tentativa de manipulação da licitação para contratação da empresa responsável pelo concurso.
Reprodução: G1