Brasil

Motoristas do Uber desligam celular e realizam protesto por segurança

Os manifestantes pedem também uma taxa menor do que os 25% cobrados por cada trecho

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Divulgação/TV BrasíliaNesta sexta-feira (10/2), motoristas do aplicativo Uber do Distrito Federal desligaram os celulares em protesto por maior ganho financeiro e mais segurança para trabalhar. O grupo se reuniu em frente ao ginásio Nilson Nelson. Eles se dizem contra a possibilidade de pagar a viagem em dinheiro e exigem uma taxa menor do que os 25% cobrados por cada trecho. A Polícia Militar estima que, aproximadamente, 100 motoristas participaram do ato, mas os organizadores contabilizam cerca de 250 carros. A corporação fez a segurança do local com duas viaturas. De acordo com a Associação de Motoristas Autônomos e de Plataforma Digital (Asmap), existem no DF cerca de 7 mil motoristas de Uber atualmente. No entanto, apenas 3 mil vivem exclusivamente da atividade econômica. 
 
Pagamento em dinheiro 

Em agosto de 2016, o aplicativo de transporte começou a aceitar pagamento em dinheiro no Distrito Federal. A iniciativa surgiu porque, em alguns cidades brasileiras, 60% das pessoas cadastradas na empresa abandonavam o processo assim que ficavam sabendo da necessidade de cadastrar cartão de crédito. 
 

Taxas mais baixas e mais segurança

Os motoristas também reivindicam redução na taxa de participação no aplicativo. Hoje, o valor é de 25% para o serviço popular, o 'Uber X', e de 20% para corridas mais sofisticadas, o 'Uber Black'. Para eles, o serviço prestado é o mesmo, então seria justo a cobrança de uma taxa igual, e reduzida, de 15% no valor.
 
Além disso, a preocupação com a segurança dos motoristas também é pauta da manifestação. Os organizadores do evento reclamam dados extras de cadastramento, tanto para usuários quanto para motoristas. Informações como CPF, RG e foto atual para os passageiros, além de uma análise dos antecedentes criminais e das atividades anteriores ao Uber, para os condutores.
 

Violência ainda é realidade

Apesar do Projeto de Lei que autoriza a continuação dos serviços prestados pelo alicativo, a realidade pela qual os motoristas passam permanece sendo de medo e apreensão.

Em balanço feito pelo Correio,  de outubro até agora foram cinco casos de agressão, assaltos e até prisões envolvendo motoristas ou passageiros do aplicativo. A organizadora do evento Mirian Dutra ainda denuncia outros casos.

"A quantidade de crimes contra motoristas tem aumentado. Em alguns grupos de WhatsApp que participo, conheci ao menos cinco vítimas em dezembro. Outras duas só na semana passada", afirma.
 
A Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) não tem nenhum dado estatístico que estude a situação do Uber em específico. 

Reprodução: Correio Brasiliense/ [Minervino Júnior/CB/D.A Press]