Morreu neste sábado (21), João Laurentino da Silva, aos 98 anos, mais conhecido como Mestre Laurentino. O público considerava o artista, nascido em Ponta de Pedras, no Marajó, como o “roqueiro mais antigo do Brasil”. Eles não divulgaram a causa da morte.
O artista da música paraense morreu em sua residência, localizada na travessa Barão do Triunfo, no bairro da Sacramenta, em Belém.
Em nota oficial nas redes sociais, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, lamentou o falecimento do instrumentista e destacou sua importância para a música e a cultura paraense:
“Parte um mestre autodidata genial, ficam os ensinamentos e a sua obra, que traduzem toda a sua humanidade e amorosidade”, diz o postagem.
Trajetória de Mestre Laurentino
Uma família de Belém adotou Mestre Laurentino, marajoara, e mais tarde lhe deu sua primeira gaita, um presente de sua mãe. Durante a infância, ele desenvolveu uma paixão pelo rádio e pelo jazz, o que logo revelou seu talento nato. Além disso, com um ouvido apurado, aprendeu a tocar sozinho no quintal de casa.
Posteriormente, influenciado por ídolos do rock, Laurentino montou uma seleta lista de inspirações, que incluía nomes como Elvis Presley, Rita Lee, Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
Dono de uma carreira marcada pela originalidade, Mestre Laurentino gravou centenas de fitas cassetes no quintal de sua casa. Nesse processo, ele incorporava sons do ambiente, como uivos de cachorros, cantos de papagaios e cacarejos de galinhas, criando, assim, uma estética musical única.
Seu trabalho ganhou reconhecimento nacional. Um de seus maiores sucessos, “Lourinha Americana”, foi imortalizado por Gilberto Gil, projetando seu talento para além das fronteiras do Pará. Além disso, a música, que criticava o “jeito americano de ser”, consolidou sua visibilidade e foi reinterpretada também pela banda Mundo Livre S/A.
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