O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, pediu para a Polícia Federal (PF) as "providências necessárias", conforme consta no ofício, para a realização da perícia na planilha chamada de "Italiano".
O ofício é desta quarta-feira (18), e o prazo dado para a PF foi de 30 dias. O arquivo, com a planilha, está sob os cuidados da PF, de acordo com o documento. A planilha foi apresentada pela Odebrecht como a contabilidade da propina para o Partido dos Trabalhadores (PT) .
A perícia faz parte da ação penal que apura se o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu propina da Odebrecht por meio da oferta de um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula, em São Paulo (SP), e um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) vizinho ao imóvel onde reside a família do ex-presidente.
O objetivo é saber quem inseriu na planilha os registros de pagamentos para o prédio do Instituto Lula e quando os dados foram inseridos.
A PF deve identificar, no prazo dado por Sérgio Moro, a data e o horário em que foi feita a inscrição de uma fórmula no arquivo eletrônico e o IP do equipamento de informática que colocou a fórmula na planilha.
A planilha 'Italiano'
O ex-ministro Antonio Palocci afirmou à Justiça achar que era, sim, o "Italiano" mencionado na planilha da Odebrecht na qual são listados pagamentos de propina. Até então, Palocci negava que o codinome se referisse a ele. A afirmação foi feita durante o interrogatório dele, em setembro.
Em abril, Marcelo Odebrecht afirmou a Sérgio Moro que o codinome "Italiano" era usado para se referir a Palocci.
O codinome Italiano apareceu em planilhas do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, apontado pela força-tarefa da Lava Jato como o departamento de propinas da empresa.
Perícias
No mês passado, Sérgio Moro determinou essa perícia na planilha.
O juiz também determinou, ainda em setembro e no mesmo processo, uma perícia nos sistemas usados pelo setor de propina da Odebrecht.
Após a conclusão dessas perícias, Sérgio Moro poderá abrir o prazo para as últimas alegações de acusação e defesa nesta ação penal. Lula, Palocci, Marcelo Odebrecht e mais cinco são réus neste processo.
Reprodução/G1 (AO)