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Moro determina que Youssef continue com tornozeleira por mais dois anos

Os advogados do doleiro pediram a retirada da tornozeleira eletrônica, afirmando que os três anos em regime fechado venceriam nesta sexta.

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O doleiro Alberto Youssef, preso da Operação Lava Jato que está detido na sede da Policia Federal em Curitiba, sai para depor na sede da Justiça Federal, no começa da tarde desta quarta feira (4) (Foto: Vagner Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo)O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância, determinou, em despacho publicado às 10h50 desta sexta-feira (17), que o doleiro Alberto Youssef passe para o regime aberto com algumas restrições, por mais dois anos. Entre as condições estão o uso da tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar das 20h às 6h e nos fins de semana e feriados. Um dos primeiros delatores da Lava jato, Youssef cumpriu dois anos e oito meses no regime fechado, na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Em novembro de 2016, passou para o regime domiciliar fechado, que cumpre em um apartamento em São Paulo, conforme previa o acordo firmado com o Ministério Público Federal (MPF). Os advogados do doleiro pediram a retirada da tornozeleira eletrônica, afirmando que os três anos em regime fechado venceriam nesta sexta.

No entanto, o MPF se manifestou pela manutenção do equipamento e o cumprimento de algumas condições para a progressão ao regime aberto, como prestação de serviços comunitários.

Os procuradores ainda pediram que o colaborador fosse intimado para que informasse se possui outros bens e valores, além dos já relacionais no acordo, para completa reparação dos danos.

Na decisão, Moro destaca que Youssef foi condenado por diversos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. “Deveria permanecer preso por vários anos considerando sua elevada culpabilidade”, diz o texto.

Mas o magistrado afirma que a Justiça reconhece a importância e a efetividade da colaboração do doleiro e determina a progressão para o regime aberto com recolhimento domiciliar à noite, nos fins de semana e feriados.

“Para garantir o cumprimento da determinação judicial, imperativa a tornozeleira
eletrônica. Não é ela sanção, então não há qualquer motivo de reclamação contra a continuidade de seu uso pelo condenado”, esclarece o juiz.

Moro ainda negou o pedido do MPF para que Youssef prestasse serviço comunitário, já que a condição não está presente do termo do acordo de colaboração premiada.

Veja as condições estabelecidas pela Justiça para que Alberto Youssef passe para o regime aberto:
– recolhimento domiciliar noturno, entre as 20h e às 6h do dia seguinte?
– recolhimento domiciliar integral nos feriados e finais de semana?
– vigilância eletrônica por tornozeleira nos períodos de recolhimento domiciliar?
– proibição de mudar-se de endereço ou de viagem ao exterior sem autorização do Juízo;
– proibição de viagens para fora da cidade de seu domicílio sem autorização do Juízo?
– apresentação de relatórios semestrais por escrito pelo condenado a fim de esclarecer suas atividades.

Conforme o despacho, as condições acima vigoram até 17 de março de 2019, quando serão reavaliadas pelo Juízo após nova oitiva das partes.

Reprodução: G1 Paraná