Brasil

Ministro prevê inicialmente mil homens da Forças Armadas em ações nos presídios

Raul Jungmann, da Defesa, apresentou detalhes da medida que libera Forças Armadas para realizar operações de varredura em penitenciárias do país.

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Ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira (18) que o governo prevê inicialmente a mobilização de mil homens das Forças Armadas nas operações em presídios. Ele afirmou que esse número pode aumentar, dependendo dos pedidos de governadores.

Nesta terça-feira (17), o governo anunciou, em meio à crise no sistema prisional, que as Forças Armadas poderão ser empregadas para fazer varreduras para buscar armas e drogas em cadeias, caso a operação seja solicitada pelos governos estaduais.

"A previsão inicial é em torno de mil homens e cerca de 30 equipes. Como atuamos a partir de demanda, esse número pode vir a crescer", afirmou Jungmann.

O ministro disse ainda que o orçamento inicial previsto é de R$ 10 milhões. No entanto ele ressaltou que, como o governo federal vai agir a partir da demanda dos estados, os valores podem mudar.

Segundo Jungmann, as Forças Armadas estarão prontas para as missões nos presídios em oito ou dez dias. Isso não significa, de acordo com o ministro, que as operações vão começar dentro desse período.

"Nós estaremos em condições operacionais, não é que iniciemos [as operações], mas dentro de 8 ou 10 dias estaremos, em termos operacionais, prontos", afirmou.

O ministro esclareceu que nenhum estado pediu, até o momento, a ação das Forças Armadas nos presídios. Mas ele acredita que isso pode ocorrer ainda nesta quarta, em reunião do presidente Michel Temer com governadores do Norte e de Mato Grosso.

Sem contato com presos

O ministro ressaltou, como já havia feito nesta terça, que os homens das Forças Armadas não terão contato direto com os presos durantes as varreduras.

De acordo com Jungmann, quando uma operação for realizada, as forças de segurança locais deverão retirar os presos das celas e deslocá-los para outra área do presídio, como o pátio da penitenciária.

Ele também afirmou que o serviço de inteligência das Forças Armadas irão verificar, antes da entrada dos militares nos presídios, se existe a possibilidade de um tumulto ou rebelião no local e que o ingresso só acontecerá se essa probabilidade for nula ou mínima.

Na hipótese de uma rebelião durante a varredura, caberá, segundo o ministro, às policias estaduais e à Força Nacional conter o motim.

Ainda de acordo com Jungmann, durante as operações, os comandos das penitenciárias passarão a ser exercido pelas Forças Armadas, mas que a atuação será articulada com as autoridades locais.

O ministro explicou também que as varreduras vão acontecer "de surpresa" para que os presos não se preparem para as operações. Além disso, um mesmo presídio poderá receber uma segunda varredura e, "se houver necessidade", uma terceira operação.

"Entre uma ou outra limpeza, uma ou outra vistoria, os governos estaduais têm responsabilidade de manter aquela unidade prisional sem armas, sem munição e sem explosivo. E se para isso precisarem de recursos federais para bloqueadores, scanners, raios-x e treinamento, nós estamos à disposição para apoiar os estados", afirmou Jungmannn

Experiências da Copa e Olimpíada

Jungmann disse ainda que os militares possuem o treinamento adequado para realizar as varreduras nos presídios e lembrou das experiências nos recentes grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada do Rio, no ano passado.

"As Forças Armadas tem qualificação para isso? Lembrem-se das Olimpíadas, nós fizemos varreduras e isso foi reconhecido mundialmente", declarou.

Durante as operações nos presídios, serão utilizados detectores de metais e equipamentos de raio-x para encontrar revólveres, facas e explosivos.

Segundo o ministro, o material recolhido será entregue às forças de segurança locais, que deverão determinar o destino adequado dos itens.

Os militares utilizados nas operações serão deslocados de outras regiões do país para a o estado do presídio. A medida é para evitar uma possível contaminação dos soldados. Segundo o ministro, no entanto, "não há risco" dessa contaminação.

Reprodução/G1