Na avaliação do ministro-chefe da Secretaria de Governo (Segov), Carlos Alberto dos Santos Cruz, o governo Jair Bolsonaro está “entre a cruz e a espada” na negociação com os caminhoneiros, entre uma decisão política que pode evitar uma paralisação do transporte de cargas no país e o limite econômico.
Em entrevista ao GLOBO, o ministro defende que cabe agora à categoria entender as restrições matemáticas do Executivo para atender todas as reivindicações. Santos Cruz ganhou espaço no Planalto e, nos bastidores, já é apontando em pé de igualdade com o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, em relação à confiança de que desfruta com o presidente.
Por outro lado, desperta críticas de integrantes da ala ideológica ligados ao escritor Olavo de Carvalho. Para o ministro, o fanatismo pode atrapalhar o governo.
O governo precisa entender os segmentos sociais, no caso um segmento importante que é o de transporte de cargas, mas o setor também tem de entender a conjuntura em que vive, que não é isolada da conjuntura nacional.
Toda essa carga de sacrifícios tem que ser da responsabilidade de todos. Os caminhoneiros são trabalhadores, as condições de transporte de carga no Brasil são difíceis, é um trabalho desgastante e honroso que move uma grande parte da economia do Brasil.
Tem problemas, e o governo tem de procurar ajudar na solução, mas a categoria também tem de entender que isso tudo existe dentro dos limites do contexto econômico, de legislação, que precisa ser entendido também.
O Globo/// Figueiredo