Uma investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) mostrou que o ex-governador Sérgio Cabral e seus familiares utilizaram, ao longo dos dois mandatos, helicópteros do governo do estado para fazer 2.281 voos de caráter pessoal. Segundo matéria exibida no Fantástico, o uso indevido das três aeronaves causou um prejuízo aos cofres públicos de R$ 19,9 milhões. Diante do caso, MP acusa o ex-governador de peculato.
De acordo com a denúncia, Cabral usava os helicópteros para transportar livremente parentes, empregados e convidados. Uma das rotas mais comuns era entre o Rio e o condomínio Portobello, em Mangaratiba, onde o ex-governador tinha uma casa de praia. Só nessa rota, foram feitas 1.039 viagens. Em pelo menos 109 ocasiões, os três helicópteros viajaram simultaneamente para lá.
Foram identificadas ainda 1.033 viagens entre um heliponto próximo ao imóvel do ex-governador no Leblon e o Palácio Guanabara, em Laranjeiras. O trajeto de 7km levava sete minutos pelo ar. De carro, levaria cerca de 20 minutos. A justificativa dada pelo ex-governador para percorrer rotineiramente um trecho tão curto eram supostas ameaças de morte.
A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo também fez uso frequente do expediente. Segundo as investigações, foram 220 viagens de caráter privado. Hoje preso em Benfica, o deputado estadual Paulo Melo (PMDB), ex-presidente da Alerj, seria mais um beneficiário do esquema. Ele usava, segundo as investigações, aeronaves do estado para ir do Rio para Saquarema, onde pousaria no estádio de um clube de futebol local. Outro destino de Melo era Rio Bonito, onde tinha um sítio.
Fonte: Bocao News // AO