Morreu nesta terça-feira (2) no Rio de Janeiro o escritor e ex-ministro da Educação Eduardo Portella, ocupante da cadeira número 27 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Portella, de 88 anos, havia sido internado na segunda-feira (1) no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio.
Nascido em Salvador (BA) em 8 de outubro de 1932, Eduardo Mattos Portella integrou o gabinete civil do presidente Juscelino Kubitschek, foi ministro da Educação no governo João Figueiredo e secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro.
Também coordenou a pasta de Educação, Cultura e Comunicação da Comissão de Estudos para a Constituição de 1988 e foi presidente da Conferência Mundial da Unesco de 1997 a 1999.
Na ABL desde 1981
Sexto ocupante da cadeira 27 da ABL, cujo patrono é Antônio Peregrino Maciel Monteiro, ele tomou posse na entidade em outubro de 1981.
De 1952 a 1954, em Madri, estudou Filologia, Romanística, Crítica Literária, Estilística e Filosofia. Continuou seus estudos em Paris, no Collège de France e na Sorbonne; e em Roma.
Primeiro livro em 1953
O primeiro livro foi publicado em 1953. A obra "Aspectos de la poesía brasileña contemporânea" era uma tese originalmente apresentada na I Jornada de Lengua y Literatura Hispanoamericana, em Salamanca, na Espanha.
Um dos temas preferidos como autor foi a cultura e o poder. Na editora Tempo Brasileiro, criada e digirida por ele, publicou livros como "O intelectual e o poder", com ensaios.
Após o bacharelado em Ciências Jurídicas e Socais pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1955, completou o doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1970.
Em 1979, foi Ministro de Estado da Educação, Cultura e Desportos. Foi quando disse a frase: "Não sou ministro, estou ministro".
Reprodução/G1