O proprietário de uma mansão construída em área considerada pública em Brasília tenta recuperar o imóvel na Justiça. O ex-senador Valmir Amaral, deixou a casa que acabou virando alvo de ladrões e abrigo de moradores de rua.
O endereço é nobre. A área com três campos de futebol, estacionamento, heliponto e churrasqueira na beira do lago é pública. Tudo estava dentro de um terreno invadido pelo ex-senador Valmir Amaral. Em agosto do ano passado, a Agefis cumpriu uma decisão da Justiça de 2010. A agência derrubou a cerca e liberou o espaço. O antigo dono protestou.
A antiga churrasqueira da mansão virou um abrigo para moradores de rua. O mato cresce sem parar. O deck, que servia as lanchas do empresário e ex-senador, virou ponto de pescaria. A fiação foi praticamente toda furtada. A casa foi assaltada duas vezes. O ex-senador e a mãe dele saíram da propriedade poucos dias depois da derrubada da cerca, no ano passado, sem levar praticamente nada. Os ladrões roubaram seis televisores e botijões de gás.
Só o antigo funcionário do ex-senador toma conta da casa principal durante o dia. Ele conta que com frequência tem pessoas tomando banho na piscina.
A vista da casa é para o lago Paranoá. Na varanda há uma banheira de hidromassagem, que está cheia com água da chuva. A piscina, que não recebe os cuidados diários, está com a água esverdeada. O bar, que servia de apoio para os convidados que desfrutavam da área de lazer, também dá sinais de deterioramento.
Depois de desocupar 20 metros de terreno, o ex-senador corre o risco de perder a sede da mansão. O Tribunal de Justiça queria leiloar a casa no ano passado para pagar dívidas trabalhistas das empresas de Valmir Amaral. O lance inicial estava em R$ 15 milhões. Mas como metade da casa está em nome do pai do empresário, que já faleceu, os advogados conseguiram, pelo menos por enquanto, suspender o leilão.
De acordo com a Vara de Falências do Tribunal de Justiça, a família de Valmir Amaral tenta reverter a decisão de leiloar a casa e outros bens. Mas a previsão é que o leilão ocorra ainda neste semestre.
Já o advogado do ex-senador Valmir Amaral nega que a casa esteja abandonada e diz que as invasões aconteceram depois que foram retiradas as cercas de proteção. Esse teria sido o motivo da família ter deixado o local.
Reprodução/G1