Brasil

Mais de 2 mil médicos reagem contra CFM após solenidade com Bolsonaro

Em seu discurso no evento, presidente se vangloriou de não se vacinar contra a Covid-19 e voltou a defender medicamentos ineficazes para o tratamento

Divulgação
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Mais de 2 mil médicos e médicas do Brasil se manifestaram em uma nota pública em reação contra o Conselho Federal de Medicina (CFM), destacando que não se sentem representados pelo órgão. 

O documento foi lançado logo após a solenidade na quarta-feira (27) na sede do CFM, com participação do presidente Jair Bolsonaro (PL), aplaudido após, em seu discurso, voltar a defender o uso de medicamentos como hidroxicloroquina – comprovadamente ineficaz – para combater a Covid-19.

Bolsonaro também admitiu não ter se vacinado contra a doença e se 'vangloriou' de não ter morrido, conforme citado pela nota, que questiona o fato de que o presidente em nenhum momento teve a fala interrompida, apesar das declarações 'anticientíficas' diante de médicos profissionais.

"Este CFM defende posturas anticientíficas e com viés político, dando apoio a tratamentos que já foram amplamente estudados e cuja ineficácia é comprovada pelos maiores e mais reconhecidos centros de pesquisas médicas do mundo", diz o texto.

"Acompanhamos estarrecidos uma parte da categoria médica que ignora os efeitos das ações nefastas do atual governo federal, que provocaram agravamento da pandemia, aumento da fome e reduziram as perspectivas de futuro para garante parte dos brasileiros e brasileiras, com impacto significativo na população mais vulnerável", complementa.

O manifesto encerra lamentando que os aplausos e sorriso ao fim da solenidade, a despeito do sofrimento da maior parte dos brasileiros.