Cerca de cem familiares e amigos presentes choraram e aplaudiram, ao mesmo tempo, o sepultamento de Isamara Filier, 41, e seu filho,João Victor Filier de Araújo, 8, nesta segunda-feira (2). Os aplausos longos, enquanto os caixões eram enterrados, destoaram do silêncio que predominou o local durante toda a manhã. O velório das 12 vítimas –sete de uma mesma família– da chacina ocorrida no Réveillon em Campinas, interior de São Paulo, começou na noite de ontem e se estendeu pela madrugada. As vítimas foram sepultadas de duas em duas. Mãe e filho, Isamada Filier, 41, e João Victor Filier de Araújo, 8, foram os últimos a serem sepultados no Cemitério da Saudade. O enterro deles seria o primeiro, mas ficaram para o final. A capela em que as vítimas foram veladas lotou já às 7h30, quando uma cerimônia religiosa em memória delas pediu "paz' aos presentes.
Velório das 12 vítimas da chacina de Campinas
"Não caiu a ficha ainda. Não sei se pela data, mas a quantidade de gente que perdemos deixa todo mundo perplexo", afirmou a mulher de um dos primos de Isamara, que preferiu não dar seu nome.
"Não tem a ver com data nem com a quantidade de pessoas que perdemos. Nada, absolutamente nada justifica o ele fez –não tinha motivo nenhum para isso", disse um primo de Isamara e do irmão dela, Rafael Filler, 33, também assassinado.
Emocionada, uma amiga da família, que também não quis se identificar, afirmou que a memória mais feliz que guardou das vítimas foi o Natal passado. "Passamos todos juntos. Foi um dia feliz para ficar na lembrança", contou.
O autor da chacina, o técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, 46, foi sepultado mais cedo em Jaguariúna, cidade em que vivem os pais dele, que fica cerca de 30 km de Campinas.
Reprodução: UOL