Claudinéia dos Santos Melo, a mulher baleada com o filho ainda no útero, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, recebeu alta médica no fim da manhã desta quinta-feira (6). Por volta das 12h45, ela deixou o Hospital Moacir do Carmo, acompanhada de familiares.
O bebê Artur permanece internado em estado gravíssimo no hospital Adão Pereira Nunes, o hospital de Saracuruna, em Caxias. "Não consigo nem explicar", disse Claudinéia sobre a situação do filho recém-nascido. Questionada sobre o que mais queria fazer, respondeu: "Tocá-lo".
A mulher estava grávida de nove meses quando foi atingida por uma bala perdida na Favela do Lixão. A criança nasceu após uma cesariana de emergência.
O disparo, que deixou o bebê paraplégico, também arrancou um pedaço da orelha dele e criou um coágulo na cabeça. O tiro atravessou o quadril da mãe e atingiu a criança – perfurando os pulmões e provocando uma lesão na coluna. O bebê, no entanto, pode recuperar os movimentos.
"Não temos como medir a capacidade de evolução desta criança no momento. Devemos agora manter o suporte à vida e aguardar. Quanto à paraplegia, é um quadro que pode até se reverter, caso não haja lesão medular", explicou o neurologista Eduardo França.
"Nesse momento, trata-se de uma criança muito grave, com ventilação mecânica, o que tem que fazer é o suporte à vida. A gente não pode mensurar a capacidade de uma criança em evoluir", acrescentou o médico.
Reprodução/G1