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Lava Jato/RJ: sete pessoas são denunciadas por lavagem nas obras de Angra 3

MPF acusa executivos da Eletronuclear e empresários de ocultarem mais de R$ 2,3 milhões

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Resultado de imagem para EletronuclearA partir das apurações da Operação Pripyat, o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia à Justiça, nessa quarta-feira, 22 de março, contra cinco ex-dirigentes da Eletronuclear, já presos preventivamente em Bangu 8, e dois sócios da VW Refrigeração por crimes de lavagem de dinheiro somando mais de R$ 2,3 milhões. A força-tarefa Lava Jato/RJ os acusa de movimentarem e dissimularem a origem de recursos destinados às obras da usina de Angra 3. Para tanto, foram usados pelo menos 27 saques não identificados e depósitos entre 2010 e 2016 nas contas dos executivos, que já foram denunciados antes por corrupção e lavagem (processo 20165101100511-1). O esquema de lavagem de dinheiro entre a construtora Andrade Gutierrez e a VW se revelou maior do que tinha sido investigado: atendia não só ao ex-superintendente de construção da Eletronuclear, José Eduardo Costa Mattos, mas aos ex-diretores Edmo Negrini (Administração e Finanças), Luiz Soares (Dir. Técnico), Luiz Messias (Superintendência de Gerenciamento de Empreendimentos) e Pérsio José Gomes Jordani (Planejamento, Gestão e Meio Ambiente). Além deles, foram acusados os empresários Marco Aurélio Barreto e Marco Aurélio Vianna, da VW Refrigeração. O processo penal passa a tramitar quando a denúncia for aceita pela 7a Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Com base nos dados bancários dos gestores da Eletronuclear e da VW Refrigeração, que teria Costa Mattos como sócio oculto, o MPF rastreou os repasses de propina para os outros ex-diretores, que variam entre R$ 706,5 mil (Luiz Soares) e R$ 446,9 mil (Luiz Messias). Nesses quatro casos, ficou evidente a correspondência entre operações de pagamento e os saques das contas da VW, cujo único serviço prestado à Eletronuclear foi uma vistoria (e seu relatório) nas centrais de gelo do canteiro de obras da usina. A vistoria durou poucos dias e o ajuste fictício fixara mais de quatro anos de serviço.

“As saídas das contas da VW Refrigeração e os depósitos para os ex-gestores da Eletronuclear são suficientes para demonstrar que Negrini, Soares, Messias e Jordani, com a supervisão de Costa Mattos, se beneficiaram da lavagem de dinheiro da propina pela Andrade Gutierrez usando contratos fraudulentos com a VW Refrigeração”, afirmam os procuradores Leonardo Cardoso, José Augusto Vagos, Eduardo El Hage, Renato de Oliveira, Rodrigo Timóteo da Costa, Jessé Júnior, Rafael Barretto, Sérgio Pinel e Lauro Coelho Junior, autores da denúncia, cujas novas descobertas levaram à atualização da estrutura de lavagem de ativos conhecida pela força-tarefa (v. abaixo).

Fonte: Assessoria de Comunicação: Procuradoria Regional da República na 2ª Região (RJ/ES)