Apesar da fama da Operação Lava Jato, depois de quase cinco anos de trabalho, menos de um quarto dos condenados em primeira instância continua na cadeia. Os juízes Sergio Moro e Gabriela Hardt chegaram a condenar 146 réus por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, mas só 34 estão atualmente atrás das grades.
Por conta das delações premiadas, de estratégias da defesa ou por ainda não ter a sentença confirmada na segunda instância, a maioria está em casa. Outros nove acusados estão em regime aberto ou semiaberto.
Especialistas se dividem sobre os métodos utilizados pela Lava Jato. Há os que defendem que os benefícios concedidos ajudam nas investigações e a recuperar os valores desviados. Do outro lado estão os que acreditam que as inúmeras delações diminuem o número de presos, sendo que o Estado possui maneiras para aprofundar as investigações e recuperar o dinheiro desviado sem precisar ceder aos réus.
Como a justiça brasileira é benevolente, dois condenados à prisão em regime fechado cumpriram um terço da pena, pagaram os danos causados à Petrobras e deixaram a cadeia, pois, por lei, tiveram direto à progressão para o semiaberto ou aberto. Os beneficiados foram o empresário e doleiro Carlos Habib Chater e o ex-deputado André Vargas.
Dentre os que continuam presos estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-deputado Eduardo Cunha, os empresários Gerson Almada, ex-vice-presidente da Engevix, e Sérgio Cunha Mendes, da Mendes Júnior, o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-assessor Carlos Miranda. Para terem acesso à redução de pena, 176 delatores celebraram acordos com o Ministério Público Federal (MPF). Um deles foi Fernando Soares, o Fernando Baiano, que está livre desde outubro após cumprir o que foi acertado com a Justiça.
Agencia Brasil // AO