Um interno de 17 anos foi morto no domingo (8) na unidade de internação de Santa Maria, no Distrito Federal. Segundo a Secretaria da Criança e do Adolescente, ele foi encontrado “em situação de enforcamento”, recebeu os primeiros socorros da equipe e foi encaminhado ao hospital, com ajuda de aparelhos.
Ainda de acordo com a pasta, ele estava no quarto com dois outros jovens, que foram encaminhados à Polícia Civil. A corporação apura o caso. A família do rapaz, o Ministério Público e a Vara da Infância já foram informados sobre a situação.
A secretaria diz que analisa o fato para tomar providências. O sistema tem capacidade para 873 internos e conta com 793. O efetivo de agentes no local não é informado por questão de segurança.
Em dezembro de 2015, 20 jovens conseguiram escapar desta mesma unidade. Os jovens tinham fugido ao usarem facas para render quatro agentes que faziam a segurança da guarita e foram usados como escudo. Pelo menos 13 adolescentes foram recapturados.
De acordo com a PM, os jovens contaram com a ajuda de outros adolescentes que realizavam a limpeza do corredor da unidade de internação de Santa Maria. Para fugir do prédio, os jovens amarraram panos para usar como uma corda e descer por uma janela do local.
Superlotação
Um relatório divulgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) em ainda em 2015 apontava superlotação de 30% nas unidades de internação para menores infratores no Distrito Federal no ano passado. Isso significa que para cada 100 vagas disponíveis havia 130 jovens internados em 2014.
O índice colocava o DF na 19º posição de um ranking nacional. Apenas Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Bahia, Acre e Rio Grande do Sul apresentaram maior superlotação em 2014.
O estudo mostra que o índice piorou em relação a 2013, quando a superlotação era de 23,7%. Entre 2013 e 2014, o DF expandiu o número total de vagas de internação, de 598 para 639. O volume de adolescentes internados aumentou de 740 para 843 no mesmo período. Na época, a Secretaria da Criança informou que a superlotação era de 3,3%.
Reprodução: G1