Brasil

Joesley Batista pede de novo ao STF para validar delação premiada

Acordo de delação chegou a ser homologado, mas está suspenso desde setembro, por suspeita de omissão de informações.

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O empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F (Foto: Evaristo Sa/AFP)

A defesa do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, pediu novamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) a validação de acordo de delação premiada que ele firmou no ano passado com a Procuradoria Geral da República (PGR). O empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F. O acordo de delação de Joesley Batista – que levou a PGR a investigar e denunciar o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), entre outros políticos – chegou a ser homologado em maio do ano passado, mas foi suspenso em setembro pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Com base numa gravação entre Joesley e o ex-diretor da JBS Ricardo Saud entregue em agosto, a PGR concluiu que os dois receberam orientação do ex-procurador Marcello Miller nas negociações, enquanto Miller ainda integrava o Ministério Público. A rescisão da delação, que pode cassar o perdão da pena concedido a Joesley e Saud, por exemplo, já foi defendida em dezembro pela sucessora de Janot na PGR, Raquel Dodge. A decisão final caberá ao relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin.

Em manifestação de 82 páginas, os advogados do empresário, preso há cinco meses em São Paulo, negam que ele tenha omitido crimes na delação e também negam que tenha havido má-fé nas negociações com os investigadores da Lava Jato. Ainda no documento, no qual defenderam a manutenção do acordo, os advogados de Joesley dizem que em nenhum momento ele sabia que Marcello Miller estaria cometendo ilegalidades ao se apresentar para assessorar a J&F num acordo de leniência (delação da empresa). Além disso, dizem que os próprios executivos entregaram, voluntariamente e dentro do prazo acertado com a PGR, o áudio de uma conversa que tiveram em março – no início das negociações da delação – em que falaram sobre a participação do ex-procurador.

Reprodução: G1 / REDAÇÃO DO LD