O empresário Joesley Batista, um dos do donos do grupo J&F, e o executivo da empresa Ricardo Saud chegaram a Brasília no início da tarde desta segunda-feira (11) em um avião da Polícia Federal. Eles foram presos neste domingo (10) em São Paulo e ficarão presos em Brasília por pelo mneos cinco dias. Joesley e Saud tiveram a prisão temporária decretada pelo ministro Luiz Édson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles devem permanecer detidos ao menos por cinco dias, mas a prisão temporária pode ser prorrogada ou até mesmo convertida em preventiva, que não tem prazo determinado para terminar.
Inicialmente, a PF informou que Joesley e Saud haviam assinado um documento informando estar em "perfeita saúde" e, por isso, não precisariam ser submetidos a exames no Instituto Médico Legal (IML). Diante disso, segundo a PF, eles haviam sido levados para a cela na superintendência. Mas, cerca de meia hora depois, a Polícia Federal informou que Joesley e Saud iriam, sim, para o IML. Na última semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou que revisaria os acordos de delação premiada dos executivos, com base na gravação de uma conversa na qual Joesley e Saud dão a entender que omitiram informações nos depoimentos à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Nos diálogos, há trechos em que os executivos falam sobre Marcelo Miller, ex-procurador da República, que supostamente estava orientando os dirigentes da J&F a elaborar os termos de delação premiada, quando ainda fazia parte do MPF. Em nota, as defesas de Joesley e Saud disseram que "não mentiram nem omitiram informações no processo que levou ao acordo de colaboração premiada e que estão cumprindo o acordo". Em Brasília, Joesley e Saud devem ser submetidos a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) para verificar em que condições foram detidos. Só depois, eles devem ser levados para a superintendência da Polícia Federal, onde ficarão detidos.
'Recepção'
Na porta da superitendência da PF, dez manifestantes aguardavam os executivos com cartazes contra a corrupção. Eles erguiam frases como: "Joesley, a Papuda te espera", numa referência ao presídio do Distrito Federal. Segundo o autônomo Joaquim José Gomes, um a intenção é "recepcionar" o dono da J&F. "Estamos comemorando a prisão de Joesley. Antigamente só prendiam pretos e pobres. Hoje, estão indo [presos] brancos ricos e poderosos também", afirmou o manifestante.
Buscas e apreensões
Joesley e Saud se entregaram à polícia, em São Paulo, no domingo (10). No início da manhã desta segunda (11), policiais federais e procuradores da República cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos executivos da J&F na capital paulista. Policiais federais ainda cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do diretor jurídico da J&F, Francisco de Assis e Silva No Rio, a PF também fez buscas no apartamento de Marcello Miller, na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul.
Reprodução: G1 – Política