A Procuradoria Geral da República (PGR) determinou a suspensão das negociações do acordo de delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, e de outros executivos da empreiteira, de acordo com informações do jornal O Globo. O procurador-geral Rodrigo Janot e outros investigados teriam se incomodado com o vazamento dos assuntos tratados no pré-acordo da delação. É a primeira vez que o procurador-geral determina a suspensão de um acordo de delação desde o início da Lava-Jato, em 2014.
O Ministério Público Federal (MPF) acredita que houve quebra de confidencialidade, uma das cláusulas do pré-acordo feito há duas semanas.
Tal vazamento é sobre uma suposta citação ao ministro do STF Dias Toffoli. Para Janot, o objetivo seria influenciar o acordo de delação de acordo com os interesses dos empresários.
A tratativas iniciais não apontam menções sobre envolvimento de Toffoli ou de outro ministro do STF em desvios de dinheiro investigados na Operação Lava-Jato, diz o jornal carioca, mas mensagens no celular de Pinheiro falam sobre uma obra na casa de um ministro do Supremo, sem citar nomes ou se seria uma ação ilegal.
A edição desta semana da Veja publicou que Toffoli foi citado por Léo Pinheiro. Em conversa entre os dois, diz a revista, Toffoli teria reclamado de problemas de infiltração em sua casa, e a OAS teria enviado engenheiros à residência dele e indicado uma empresa para fazer o serviço. Toffoli teria contratado a empresa e pagado a conta. Toffoli, inclusive, declarou que não tem proximidade com o ex-presidente da OAS e confirmou que ele próprio pagou a conta pela obra.
Fonte: Jornal do Brasil