Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que o ex-procurador Marcelo Miller argumentou ter recebido "uma proposta de trabalho muito boa" ao pedir exoneração do cargo, mas não lhe revelou que iria trabalhar para a JBS. Janot disse ainda que Miller causou "constrangimento" quando compareceu à PGR para discutir o acordo de colaboração dos executivos do grupo e que, por isso, determinou que o ex-procurador não procurasse mais o órgão para tratar do assunto. Janot foi ouvido na sede da Polícia Federal no último dia 15, no inquérito que apura se Miller cometeu algum crime por sua conduta no caso da JBS — o ex-procurador pediu exoneração do cargo em fevereiro, em um encontro pessoal com Janot, mas só deixou efetivamente o Ministério Público Federal em abril. Neste período, durante o qual ainda estava revestido do cargo de procurador, manteve reuniões com executivos da JBS mesmo sem avisar o escritório que iria lhe contratar, o Trench Rossi Watanabe.
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REDAÇÃO DO LD