As marcas do caos econômico gerado para derrubar Dilma Rousseff ficam cada vez mais evidentes.
Apesar de os últimos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) sinalizarem o retorno ao crescimento, reverter as perdas acumuladas nos três anos de recessão não será tarefa tão simples. Projeções feitas pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostram que o recuo acumulado de 7% do PIB, nos 13 trimestres de recessão — dos primeiros três meses de 2014 ao segundo trimestre de 2017 — não será revertido antes de 2019.
Os investimentos, setor mais afetado, encolheram 29% nesse mesmo período e deve ser o último dos componentes do PIB a recuperar as perdas, somente a partir de 2024. O consumo das famílias, responsável por cerca de dois terços do resultado geral do PIB pela ótica da demanda, encolheu 7% e não deve reverter essa perda antes de 2019. A indústria de transformação, que recuou 18% durante a recessão, só se recuperaria em 2021.
A má notícia adicional é que esse tempo de recuperação deve ser ainda mais longo, tendo em vista que essas projeções do Iedi foram feitas com base em taxas de crescimento de outros períodos pós-crise, na casa dos 5% ao ano, e que não se repetirão desta vez, dadas as peculiaridades e a profundidade da recessão atual. A mediana das projeções de 35 economistas compiladas pela Bloomberg mostra que o crescimento nos próximos anos deve ser bastante inferior, girando na casa dos 2%. Segundo as projeções, a expansão será de 2,3% no ano que vem e de 2,4% em 2019.
Reprodução/Brasil247. As informações são de reportagem de Daiane Costa em O Globo.