Brasil

Identificados quatro dos nove corpos de detentos mortos em rebelião em presídio de Goiás

Ação dos presos em Aparecida de Goiânia deixou ainda 14 feridos.

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 Após ordem da ministra Cármen Lúcia, comissão vistoria presídio onde 9 morreram em rebelião (Foto: Paula Resende/G1)

Os corpos de quatro detentos dos nove mortos durante rebelião já foram identificados pelas digitais até esta sexta-feira (5). Outros dois corpos ainda passam por tratamento para serem reconhecidos e outros três precisarão passar por outros métodos de identificação, conforme Instituto de Identificação da Polícia Civil. As vítimas foram mortas durante primeiro motim na Colônia Agroindustrial de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. O primeiro corpo a ser identificado foi de Pablo Henrique Alves Silva, de 21 anos. Além dele, também já foram reconhecidos Ravel Nery de Amorim, de 20 anos, David de Oliveira Borges, 19, Waldevir Xavier da Silva, 41. A coordenadora do departamento Criminal do Instituto de Identificação de Goiás Ana Paula Vicente esclareceu o procedimento usado para reconhecimento das digitais. A papiloscopista esclareceu ainda que os três corpos que não puderam ser identificados dessa maneira podem ser submetidos a análise de arcada dentária, exames de DNA ou antropologia forense, que é o estudo de outras partes anatômicas.

Rebeliões

A primeira rebelião ocorreu na última segunda-feira (1º), no presídio onde ficam presos do regime semiaberto. Detentos invadiram alas rivais por meio de um buraco feito na parede de uma das celas, que ficaram destruídas após a ação. Nove pessoas morreram e 14 ficaram feridas. Na terça-feira (2), a ministra Cármen Lúcia determinou que o TJ-GO realizasse a inspeção no prazo máximo de 48 horas. Uma comissão composta por integrantes do TJ-GO, do Ministério Público Estadual (MP-GO), da Defensoria Pública e da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás – Seção Goiás (OAB-GO) realizou a vistoria, na quarta-feira (3). O parecer da visita, divulgado nesta tarde, cita uma série de irregularidades. Na noite de quinta-feira (4), presos da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto fizeram uma nova rebelião. A polícia interveio e controlou a situação. Não houve mortos ou feridos, mas um reeducando fugiu.

O Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia foi atingido, nesta sexta-feira (5) pela terceira rebelião em menos de uma semana. Desta vez, o motim ocorreu na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), uma unidade de regime fechado do complexo. Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, local onde ocorreram três rebeliões em menos de uma semana, abriga quase três vezes mais presos do que a capacidade para a qual foi projetado. As duas unidades que foram cenário dos motins entre segunda-feira (1º) e esta sexta-feira (5) foram consideradas “péssimas” pelas inspeções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Reprodução: G1 – Goiás

Redação do LD